BPI: Subida do salário mínimo vai pressionar retalhistas
Aumento do salário mínimo vai pressionar custos do Continente e Pingo Doce. Mas impacto é limitado dado que retalhistas já pagam acima do mínimo obrigatório, dizem analistas do BPI.
O aumento do salário mínimo para 557 euros a partir de 1 de janeiro vai colocar pressão adicional sobre as retalhistas como a Sonae e a Jerónimo Martins, que não saem compensadas com a redução da Taxa Social Única (TSU), assumem os analistas do BPI Equity Research.
“Este aumento do salário mínimo de 5% ou 4% se assumirmos poupanças nas contribuições para a Segurança Social vai colocar alguma pressão na base de custos das retalhistas”, explica a equipa de research do BPI. “Assumimos que todas as retalhistas em Portugal pagam acima do salário mínimo (entre 15%-20%) mas o salário mínimo continua a referência para grande parte das folhas salariais (60%-70%)”, acrescentam os analistas do BPI.
O Governo e os parceiros sociais chegaram esta quinta-feira a acordo: o salário mínimo sobe 27 euros para 557 euros, a partir de 1 de janeiro. O entendimento inclui ainda a Taxa Social Única (TSU), que irá baixar 1,25 pontos a partir de 31 de janeiro. Até essa data continua um corte de 0,75%, medida provisória, tal como esta que começa no final do mês de janeiro, apesar de não se saber quando poderá acabar.
"Este aumento do salário mínimo de 5% ou 4% se assumirmos poupanças nas contribuições para a Segurança Social vai colocar alguma pressão na base de custos das retalhistas. Assumimos que todas as retalhistas em Portugal pagam acima do salário mínimo (entre 15-20%) mas o salário mínimo continua a referência para grande parte das folhas salariais (60-70%?).”
O BPI espera que as retalhistas continuem a ajustar os salários com base na produtividade e que permita “a redução da diferença entre os salários mensais por empregado e salário mínimo”, demorando por isso mais do que quatro anos (2016-2019) até assumir o aumento de 95 euros do salário mínimo nesse período (dos 505 para os 600 euros).
Identifica a Sonae como principal afetada por este acordo, considerando que Portugal representa 90% do volume de vendas para a dona do Continente. Ainda assim, o facto de as retalhistas pagarem acima do salário mínimo vai limitar o impacto do aumento do salário mínimo na rentabilidade.
Como ponto positivo, os analistas adiantam que o aumento fica “claramente acima da inflação, que deverá ficar acima de 1% em 2017, devendo aumentar o rendimento disponível” das famílias.
As ações da Sonae perdem cerca de 0,5% para 87 cêntimos, enquanto a Jerónimo Martins segue inalterada nos 14,18 euros.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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