Setor hoteleiro teme perder metade das receitas com a pandemia
O coronavírus está a ter impactos no setor hoteleiro e, até ao momento, já provocou uma perda superior a 30% nas receitas dos hotéis. Mas o setor admite que essa perda pode chegar aos 50%.
Já se antecipava o impacto do coronavírus no setor hoteleiro e, até ao momento, já provocou uma perda superior a 30% das receitas nos hotéis. Contudo, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) admite que a quebra de receitas deverá mesmo chegar aos 50% entre março e junho, até um máximo de 800 milhões de euros. No final do ano, a perda total para a hotelaria deverá ser de 20%.
Estas são as conclusões de um inquérito feito pela AHP aos seus mais de 400 associados, que representam 56% de todo o setor nacional, e apresentado esta quinta-feira. Durante o período entre 2 e 9 de março, 71% dos hotéis sentiu que a taxa de cancelamento foi superior à verificada no ano passado, com essa perceção a ser especialmente sentida no Porto e em Lisboa.
Indo diretamente ao assunto, a maioria dos hotéis já sente que está a ser afetada pelo coronavírus. Em números concretos, entre 2 e 9 de março, registaram-se 346.497 noites canceladas. Em fevereiro, estes cancelamentos não tiveram muita expressão, em março verificou-se uma taxa de cancelamento superior a 10%, diminuindo em abril e voltando a ter pouca expressão para maio, mostra o inquérito.
Cristina Siza Vieira, CEO da AHP, não tem “qualquer dúvida de que há uma pandemia económica também”. “Quanto mais tempo passar sem uma solução a vista, mais nos podemos aproximar do pico da crise económica”, disse a responsável.
Assim, para o futuro, a associação traça dois cenários possíveis para o período entre 1 de março e 30 de junho. O primeiro diz que as quebras de receita os hotéis podem chegar aos 30%, o equivalente a uma perda de 500 milhões de euros. Já o segundo antecipa uma quebra de 50% nas receitas, o equivalente a uma perda máxima de 800 milhões de euros.
“Provavelmente temos de pensar que a média destes quatro meses será de 50%”, disse o presidente da AHP, estimando que uma redução de 50% “é bem mais provável” do que uma redução de 30%. “Se estimarmos isso, chegaremos ao final do ano com menos 20% de receitas. A expectativa deve andar por aí, se não for pior”, acrescentou Raul Martins.
O presidente da AHP disse ainda que “há algumas unidades hoteleiras que iam abrir em março e abril, e que já não vão abrir”. Esse tipo de situações vai ser mais sentido no Algarve, explicou, referindo que as mesmas “estão a contar que em junho haja uma situação de recuperação e de acalmia da pandemia”.
(Notícia atualizada às 11h59 com mais informação)
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