Covid-19: Bruxelas disponibiliza 80 milhões de euros para laboratório alemão que testa vacina
A Comissão Europeia disponibilizou um apoio financeiro de até 80 milhões de euros à alemã CureVac para amplificar o desenvolvimento e produção de uma vacina contra o novo coronavírus.
A Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira que vai disponibilizar até 80 milhões de euros ao laboratório alemão que está a trabalhar numa potencial vacina para o novo coronavírus, após uma alegada oferta da administração norte-americana, desmentida pela biofarmacêutica.
“A Comissão disponibilizou hoje um apoio financeiro de até 80 milhões de euros à CureVac, uma empresa inovadora de Tübingen, na Alemanha, para amplificar o desenvolvimento e produção de uma vacina contra o novo coronavírus na Europa”, informa o executivo comunitário em comunicado.
A instituição liderada por Ursula von der Leyen explica que este apoio é dado sob a forma de uma garantia da União Europeia (UE) a um empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI) neste valor, no âmbito do mecanismo de financiamento de doenças infecciosas InnovFin e do programa comunitário para a investigação Horizonte 2020.
“Nesta crise de saúde pública, é de extrema importância apoiarmos os nossos principais investigadores e empresas de tecnologia. Estamos determinados a fornecer à CureVac o financiamento necessário para aumentar rapidamente o desenvolvimento e a produção de uma vacina contra o novo coronavírus”, sublinha Ursula von der Leyen, citada pela nota de imprensa.
A responsável adianta: “Estou orgulhosa por termos empresas líderes como a CureVac na UE. A casa deles é aqui, mas as suas vacinas beneficiarão todos, na Europa e fora”.
A informação foi divulgada depois de, também hoje, a CureVac ter negado haver recebido uma oferta do Governo dos EUA para reservar a sua descoberta para os norte-americanos.
No domingo, o jornal alemão Welt am Sonntag citava fontes não identificadas do Governo alemão que asseguravam que o dono da CureVac, uma empresa farmacêutica, tinha participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, no início do mês, tendo recebido uma generosa oferta para garantir o seu trabalho em exclusivo para os Estados Unidos.
O jornal dizia ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, estaria a disputar com a empresa a necessidade de a vacina, quando estiver pronta, ser igualmente utilizada na Europa, que é neste momento o principal foco da pandemia.
“Para que fique claro sobre o coronavírus: a CureVac não recebeu uma oferta do Governo dos Estados Unidos ou de entidades com ele relacionadas, antes, durante ou desde a reunião com a ‘task-force’ da Casa Branca, no dia 02 de março”, escreveu hoje o diretor do laboratório alemão, na conta da empresa na rede social Twitter.
O diretor de operações da CureVac, Hans Werner Haas, disse ao jornal Tagesspiegel que a sua empresa tinha realmente participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, mas desmentiu a versão de uma qualquer oferta para a compra dos direitos do novo produto.
O embaixador dos Estados Unidos na Alemanha, Richard Grenell, também usou a rede social Twitter para desmentir a versão do jornal Welt am Sonntag.
Antes destas mensagens no Twitter, Helge Braun, chefe da casa civil da chanceler Angela Merkel, disse ao jornal diário Bild que as autoridades alemãs tiveram um “contacto muito intenso com a CureVac, nas duas últimas semanas”, quando havia intenções de negociação com os Estados Unidos.
Helge Braun disse que a empresa obterá todo o apoio para desenvolver uma vacina o mais depressa possível.
Por seu lado, o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, afirmou que tinha ouvido “repetidamente da boca de membros do Governo” que era verdadeira a versão do interesse do Governo norte-americano.
Já o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, vincou que “a Alemanha não está à venda”.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram. Em Portugal há 331 pessoas infetadas e uma morte devido ao novo coronavirus que causou a epidemia.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
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