EDP está a acompanhar desafios da Covid-19, mas mantém metas de crescimento

Empresa não espera interrupções na atividade devido ao surto e acredita que será possível cumprir metas do plano estratégico. Quanto à desvalorização de 35% em bolsa, considera que um efeito geral.

Os tempos são de “enormes desafios”, mas a EDP garante que não está em causa a estratégia ou as metas financeiras definidas. A empresa liderada por António Mexia diz, ao ECO, que não há razões para esperar interrupções na atividade devido ao surto de Covid-19.

“A EDP está atenta aos desenvolvimentos desta pandemia, mas não prevê alterações ao seu plano estratégico para 2020 devido ao surto de coronavírus“, diz fonte oficial da empresa.

O plano estratégico 2019-2022, definido pela EDP no ano passado, aponta metas de forte crescimento, impulsionado por investimentos de nove mil milhões de euros em renováveis e infraestruturas. Para financiar esses investimentos, a empresa previa libertar 4 mil milhões de euros em rotação de ativos, bem como 2 mil milhões em vendas (que já ficaram fechada no ano passado).

"Mantemos o contacto diário com toda a nossa cadeia de valor, em termos de fornecedores, e quase todos confirmaram que vão cumprir compromissos de entregas de material e serviços, pelo que não antevemos interrupções na atividade da empresa ou necessidade de rever, para já, as metas definidas.”

Fonte oficial da EDP

No relatório e contas de 2019, a empresa já tinha identificado uma série de desafios estratégicos, incluindo a transformação do setor elétrico, a descarbonização da economia ou a pressão concorrencial de novas tecnologias. Lembrava que o grupo viveu, em 2019, um ano de “transição e de mudança de ciclo” marcado pelo fim da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges e pelo novo plano estratégico.

Para 2020, previa-se um ano “fortemente marcado pela execução dos objetivos ambiciosos” do plano estratégico e de “enormes” desafios estratégicos. No fim do período do plano, a EDP espera lucrar mais de mil milhões de euros e reduzir a dívida líquida para 11,5 mil milhões. Mas agora, aos desafios, junta-se o surto de coronavírus, contudo, a EDP garante estar preparada.

Empresa quer continuar a trabalhar (e a criar valor para os acionistas)

Em termos operacionais, a elétrica está a aplicar medidas preventivas como o regime de teletrabalho do maior número possível de colaboradores, o encerramento de metade das lojas da EDP Comercial ou o recurso a leituras de contador apenas em equipamentos no exterior das habitações.

“São apenas exemplos das várias medidas preventivas que a EDP tem aplicado de forma a adaptar as suas equipas e métodos de trabalho neste contexto excecional sem comprometer a proteção de colaboradores, clientes e parceiros, nem o normal funcionamento da empresa“, diz.

Por outro lado, a empresa lidera por António Mexia não prevê interrupções. “Mantemos o contacto diário com toda a nossa cadeia de valor, em termos de fornecedores, e quase todos confirmaram que vão cumprir compromissos de entregas de material e serviços, pelo que não antevemos interrupções na atividade da empresa ou necessidade de rever, para já, as metas definidas“, afirma.

Se a elétrica não adianta qual o impacto que o surto poderá ter nos resultados, há uma perda que se está a fazer sentir de forma imediata. Tal como todas as empresas do PSI-20 (e em linha com o sentimento negativo das bolsas globais), o preço das ações da EDP afundou quase 35% entre o máximo histórico de 4,987 euros, registado a 19 de fevereiro, e os atuais 3,25 euros.

"Estamos a assistir a uma queda bolsista generalizada a nível global, a que nenhuma empresa está imune. Independentemente desta volatilidade dos mercados de capitais, a EDP continua a trabalhar como sempre para acrescentar valor para os acionistas.”

Fonte oficial da EDP

“Estamos a assistir a uma queda bolsista generalizada a nível global, a que nenhuma empresa está imune. Ainda assim, o setor das utilities tem sofrido menos do que a média do mercado, estando a EDP entre as empresas que menos se desvalorizou desde o início do ano no PSI-20. Independentemente desta volatilidade dos mercados de capitais, a EDP continua a trabalhar como sempre para acrescentar valor para os acionistas“, acrescenta.

A empresa não comenta, no entanto, se pretende fazer alterações à remuneração dos acionistas, tal como fez a EDP Brasil, que anunciou um corte para quase metade do dividendo. Para já, a empresa liderada por António Mexia prevê manter o valor do dividendo em 19 cêntimos por ação.

Elétrica perdeu quase 35% do valor num mês

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