Deputado do PS responde à Padaria Portuguesa. Diz que empresa pode “aproveitar onda de falências”
Carlos Pereira, do PS, defende que a Padaria Portuguesa "tem a robustez e a dimensão para aproveitar os apoios", bem como "contactos na banca para obter financiamentos de tesouraria".
O sócio-gerente da Padaria Portuguesa decidiu escrever uma carta aberta onde diz que a quebra de receitas das últimas semanas põe em causa o pagamento de salários já no próximo mês. O texto já motivou uma resposta do deputado socialista Carlos Pereira, que aponta que a empresa até pode “aproveitar a onda de falências de pequenas padarias e consolidar, daqui a um ano, a sua posição no mercado”.
O deputado socialista admite que Nuno Carvalho, o sócio-gerente, “pode ter razão de queixa”, num post publicado na sua página pessoal de Facebook. Mas aponta que a cadeia de restauração poderá estar em vantagem em relação a outros estabelecimentos mais pequenos, como é o caso da padaria Mariazinha, no Funchal, exemplifica.
“A Padaria Portuguesa tem a robustez e a dimensão para aproveitar os apoios, tem a liquidez para aguentar três meses de faturação a cair vertiginosamente, tem os contactos na banca para obter financiamentos de tesouraria robustos para aguentar meses, tem a capacidade negocial para negociar financiamentos baratos e tem a ajuda de especialistas, de vária ordem, para tirar todos os dividendos da crise e aproveitar todos os apoios”, argumenta o deputado socialista.
Na carta aberta, Nuno Carvalho diz que desde o dia 13 de março que o “negócio teve quebras de 50% e que, desde que foi decretado o estado de emergência, as quebras são superiores a 60%”. Refere ainda que o recuo das receitas das últimas semanas põe em causa o pagamento de salários a 1.200 pessoas já no próximo mês.
Em reação, o socialista Carlos Pereira atira que a cadeia alimentar “até tem a capacidade de aproveitar a onda de falências de pequenas padarias e consolidar, daqui a um ano, a sua posição no mercado”. “Quem sabe num financiamento colossal da banca, abrindo mais ’50 lojas’ que invadirão o mercado e exercerão novo domínio no setor, sem mariazinhas”, sugere, voltando ao exemplo da padaria funchalense.
“Já a Mariazinha não tem nada disto e é para a Mariazinha que não me calarei para que todos os apoios sejam desenhados e equacionados”, conclui o deputado.
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