Petróleo afunda 8% para mínimos de 2002

A matéria-primeira desvaloriza nos mercados internacionais. O brent negoceia próximo de 23 dólares e o crude WTI de 20 dólares.

O preço do petróleo está a afundar nos mercados internacionais para mínimos de quase duas décadas. A queda acontece numa altura em que os investidores temem que as paralisações das economias mundiais, para travar o surto de Covid-19, durem vários meses e penalizem a procura pela matéria-prima.

O brent, que serve de referência europeia, tomba 8,34% para 22,85 dólares por barril, enquanto o crude WTI afunda 5% para 20,43 dólares. Desde 2002 que o petróleo não valia tão pouco.

Multiplicam-se os alertas sobre o forte impacto do surto de coronavírus nas economias mundiais. O JP Morgan, por exemplo, antecipa que o PIB global contraia 10,5% em 2020, de acordo com dados citados pela Reuters. A quebra no produto deverá levar a uma quebra na procura por petróleo.

A Agência Internacional de Energia já alertou que a procura mundial por petróleo está em queda livre. Três mil milhões de pessoas em todo o mundo estão em confinamento por causa da pandemia de Covid-19. Em resultado, a AIE estima que poderemos ver uma quebra na procura por petróleo de até 20 milhões de barris por dia.

Em simultâneo, do lado da oferta também há perturbações. Depois de os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderada pela Arábia Saudita, e os aliados da OPEP+, como a Rússia, não terem chegado a consenso sobre uma estratégia conjunta, o acordo de cortes de produção, que estava em vigor, chega ao fim.

Desde início de 2017 que os maiores produtores de petróleo do mundo alinham a produção para evitar um excedente no mercado e permitir estabilidade nos preços. O acordo em vigor termina no fim deste mês, dando abertura a que países como Arábia Saudita e Rússia produzam mais.

Os dois fatores conjugados estão a provocar um tombo no preço do petróleo e, em consequência, também nas ações. Numa sessão em que o vermelho é a cor dominante nas principais praças europeias, a petrolífera Galp Energia é a cotada que mais cai na bolsa de bolsa de Lisboa.

Petróleo desvaloriza 8%

(Notícia atualizada às 11h00)

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