Além dos dividendos, BCE pede à banca para cortar nos bónus dos banqueiros

O supervisor europeu da banca pede “extrema moderação” nos prémios pagos aos gestores de topo. O alerta feito por Andrea Enria, presidente do conselho de supervisão do Banco Central Europeu (BCE), em entrevista ao Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), depois de já ter pedido “prudência” no pagamento de dividendos.

“No seguimento da mentalidade de conservação de capital que estamos a tentar incutir nos bancos, penso que é expectável que exerçam extrema moderação no que diz respeito a remuneração variável“, disse Enria, ao FT.

Para já, o BCE faz apenas a recomendação e o responsável do supervisor diz esperar que a iniciativa própria permita evitar que uma ação mais drástica. Mas sublinhou: “Se tivermos de desempenhar esse papel, que assim seja“.

O Santander foi dos primeiros bancos a anunciar que iria fazê-lo. A presidente Ana Botín decidiu cortar o seu próprio salário para metade, bem como o presidente executivo do Santander, José Antonio Álvarez, tendo sido anunciada uma redução de 20% dos rendimentos dos administradores não executivos.

Da mesma forma, os salários da gestão em Portugal vão também reduzidos, mas o Santander Portugal diz que ainda não está decidida a dimensão do corte. “Não deixaremos de seguir o exemplo dado pela presidente Ana Botín, no quadro das dificuldades inerentes à pandemia Covid-19. De momento ainda não podemos quantificar esses valores”, salientou o banco, ao Expresso.