Portugal emite cinco mil milhões de euros em emissão sindicada. Paga juro de 0,726%
Emissão sindicada de dívida registou procura de 30 mil milhões de euros, mas o IGCP só emitiu cinco mil milhões. Dinheiro servirá para financiar resposta do Governo à crise da pandemia.
Portugal obteve esta quarta-feira um financiamento de cinco mil milhões de euros, através de uma emissão sindicada de dívida a sete anos. Pagou uma taxa de juro de 0,726%, de acordo com a Reuters. Foram apresentadas ordens num valor de 30 mil milhões de euros, seis vezes acima do montante que o IGCP emitiu.
A operação contou com um guidance inicial para um spread de 90 pontos base, o que juntamente com a taxa de mid swap do euro a sete anos apontava para uma taxa de juro ligeiramente acima 0,70%.
A emissão registou uma elevada procuram na medida em que montante da procura ascendeu a 30 mil milhões de euros, mais do que o IGCP emitiu. Mais de três mil milhões corresponderam a ordens dadas pelo conjunto dos bancos que organizaram a operação.
Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, refere que a taxa obtida “acaba por ser ligeiramente superior à do leilão de 10 anos, realizado no passado dia 11 de março”, alertando que “esta ligeira subida do risco nacional, está em sintonia com o movimento a que assistimos em todas as dívidas soberanas”, devido aos efeitos da pandemia Covid-19 “que resultou num aumento do risco em todas as classes de ativos”.
Foi nesta terça-feira que fontes do mercado confirmaram à Reuters que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) se preparava para realizar a operação nos próximos dias.
O organismo liderado por Cristina Casalinho mandatou o Barclays, BBVA, CaixaBI, Crédit Agricole, CIB, JP Morgan e Morgan Stanley como joint lead managers para esta emissão de Obrigações do Tesouro com maturidade em 15 de outubro de 2027.
A operação foi conhecida depois de a agência que gere a dívida pública ter anunciado que vai emitir mais dívida para responder às necessidades financeiras acrescidas geradas pela pandemia de Covid-19.
No programa de financiamento divulgado esta terça-feira, a agência liderada por Cristina Casalinho aponta para um aumento de 250 milhões de euros em cada leilão de títulos de médio ou longo prazo, além de um acréscimo total de 1,3 mil milhões a curto prazo.
A emissão sindicada deverá ajudar a fazer face às despesas extraordinárias do Estado devido ao surto. Esta é a segunda operação deste tipo realizada, em 2020, por Portugal (que costuma fazer apenas uma venda sindicada por ano). Em janeiro, o IGCP obteve um financiamento de quatro mil milhões de euros numa emissão sindicada de dívida a dez anos.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h00)
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