Empresas portuguesas temem recessão. 40% vê negócio reduzido após a pandemia
As organizações portuguesas estão preocupadas com uma possível recessão global, mais até do que com o impacto financeiro da pandemia nos negócios. Maioria vê surto a terminal no final deste trimestre.
Uma potencial recessão global é a principal preocupação das organizações portuguesas, mais até do que o impacto financeiro da pandemia no negócio. Esta é uma das conclusões de um inquérito realizado pela IDC, realizado entre 27 e 31 de março junto de 531 gestores e diretores de empresas de várias dimensões.
A par destas duas preocupações, os inquiridos mostraram-se apreensivos com a diminuição da confiança dos consumidores e redução do consumo, mas também com eventuais problemas na cadeia de abastecimento e dificuldades de financiamento.
Com o Covid-19 a gerar disrupção económica no mundo, o principal impacto nas organizações sondadas pela IDC observa-se, sobretudo, nas receitas, seguindo-se os lucros e os clientes. Mas enquanto uma minoria de 7,8% das organizações garante que a atividade continua “normalmente”, a maioria, ou 40,1% confessa que as operações vão continuar “com um nível reduzido”. Perto de 6% reporta uma paragem total.
A maior parte dos inquiridos pela IDC estima que o “atual surto pandémico” tenha terminado no final do segundo trimestre de 2020, mais concretamente 53,5% das organizações. Mas uma “fatia” de 33,5% está menos otimista, apontando a conclusão do surto para o final do ano.
Numa altura em que quase metade da população do país está em regime de teletrabalho, muitas empresas admitem rever o seu orçamento no plano das tecnologias da informação. 41,9% ainda não o fez mas está a equacionar fazê-lo, com especial enfoque para os computadores pessoais portáteis, aplicações de colaboração, equipamento de redes e serviços de cloud.
No caso concreto da IDC, a empresa está a trabalhar com dois cenários, o provável e o pessimista. No “cenário provável”, a empresa estima que “o surto de Covid-19 na Europa estará sob controlo total, do ponto de vista médico, no início do terceiro trimestre de 2020”. “Espera-se recuperação para a maioria dos mercados europeus durante o segundo semestre de 2020, com o PIB europeu a crescer em torno de 1% em 2020”, aponta a consultora.
Já o “cenário pessimista” implica que a pandemia esteja sob controlo total “no final do terceiro trimestre” ou “início do quarto trimestre de 2020”. Para este contexto, a IDC antevê “um golpe significativo na confiança”. “Maior incerteza e restrições em deslocações diminuirão o consumo em geral” e o PIB europeu poderá contrair 4,7%, sublinha. “O mercado de trabalho verá uma redução” e “a recuperação não acontecerá até 2021”, prevê ainda a empresa liderada por Gabriel Coimbra.
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