Quase 40% das empresas vai recorrer ao lay-off simplificado

Inquérito da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa aponta para uma grande adesão ao lay-off simplificado. 38,3% das empresas admitir recorrer a este regime criado pelo Governo perante o Covid-19.

Quase 40% das empresas portuguesas vai recorrer ao esquema do lay-off simplificado, que permite suspender o contrato de trabalho ou reduzir o período normal de trabalho, de acordo com um inquérito promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) para avaliar o impacto do Covid-19.

Desde que o regime de lay-off simplificado entrou em vigor, várias foram as empresas que pediram para aderir, enviando trabalhadores para causa por quebra de atividade. Os dados do Governo apontam par, até ao momento, 3.600 empresas que solicitaram este apoio que permite os funcionários recebam dois terços do salário, sendo 30% da responsabilidade da entidade patronal e 70% pago pela Segurança Social.

António Costa revelou que há já pedidos para 76 mil trabalhadores entrarem neste regime, mas o Executivo admite que o número pode chegar ao milhão de pessoas. O inquérito da CCIP aponta para uma grande adesão, com 38,3% a admitir enviar colaboradores para lay-off.

Além deste regime, o Governo tem vindo a apresentar várias medidas de apoio às empresas durante esta altura, nomeadamente linhas de crédito e moratórias. Questionadas acerca da necessidade de recorrer a estas medidas, 52,5% das empresas inquiridas indicou que vai pedir o fracionamento do pagamento de impostos e 48,8% refere que vai diferir os pagamentos à Segurança Social.

Quanto às linhas de crédito, que, no seu conjunto, têm um valor que ronda os 3 mil milhões de euros, cerca de 40% dos inquiridos pondera vir a recorrer. Apenas 11% das empresas inquiridas sinalizou que não está a planear aceder, de imediato, a uma ou mais destas medidas.

Muitas das organizações apontaram que a imprevisibilidade decorrente das sucessivas alterações às medidas é um obstáculo. A exigência da redução da faturação como critério de elegibilidade também foi referida, por 54,3% das empresas, como “um grande constrangimento”.

O impacto mais negativo no mercado nacional foi sentido ao nível das vendas, que são seguidas por problemas de tesouraria que foram indicados por 43,2% das empresas. “No espaço de uma semana, o número de empresas que está a sentir um impacto ao nível das vendas no mercado nacional aumentou cerca de 5 pontos percentuais e ao nível da tesouraria aumentou 6 pontos percentuais”, aponta a CCIP, referindo-se às respostas do primeiro inquérito realizado.

Mais de um terço das empresas diz mesmo que não consegue resistir mais de 30 dias sem receber um apoio para as necessidades de tesouraria. Já para 9,3% das empresas inquiridas as dificuldades chegaram mais cedo, e já não conseguiram cumprir com as obrigações salariais e fiscais de março.

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