Covid-19: Empresários do Turismo devem “resistir”, “inovar” e “acreditar”, diz secretária de Estado
“Estamos hoje em dia todos numa estufa, temos de parar, temos de devotar algum deste tempo para pensar como é que podemos ser mais criativos, inspirarmo-nos também”, apontou Rita Marques.
A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, deixou esta quinta-feira uma mensagem aos empresários do setor, para que resistam, inovem e acreditem que o Turismo, um dos setores mais fustigados pela atual crise, “pode voltar em força”.
A governante falava na conferência online sobre os impactos da pandemia de covid-19 no turismo e hotelaria, organizada pela Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (APDH), quando comparou a situação de crise que atualmente se vive a uma “onda da Nazaré”, que submergiu a economia e, em concreto, este setor, mas que “passará”.
“Surpreendidos por esta onda da Nazaré, precisamos de garantir que as empresas resistem nesta fase muito difícil”, começou por dizer Rita Marques, referindo-se aos instrumentos de apoio já anunciados pelo Governo, para preservar emprego e assegurar a capacidade produtiva das empresas
Estes instrumentos, disse, devem ser vistos de uma perspetiva dinâmica, garantindo, ainda, que o executivo está “sempre a trabalhar para que as medidas que foram anunciadas possam ser melhoradas”.
Esta foi, aliás, a resposta a algumas críticas tecidas por alguns dos participantes na conferência, que se queixaram de que as medidas estatais de apoio ao setor são insuficientes e deixam as empresas em situação de endividamento.
“Não vamos morrer da doença, vamos morrer da cura”, chegou a defender a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto.
A secretária de Estado disse, também, acreditar que este é o momento de inovar.
“Estamos hoje em dia todos numa estufa, temos de parar, temos de devotar algum deste tempo para pensar como é que podemos ser mais criativos, inspirarmo-nos também”, afirmou, destacando algumas mudanças no comportamento por parte do cliente que o setor deve esperar, como alterações aos padrões de viagem, maior preocupação com a segurança, novas normas de higiene, entre outras, às quais os empresários devem procurar adaptar-se.
“Há uma série de mudanças no comportamento do cliente que vão ter de instigar maior criatividade, maior inovação por parte dos agentes económicos e por parte do Governo”, sublinhou.
Por último, a governante com a pasta do Turismo deixou uma mensagem de confiança, lembrando que este setor foi um “motor importantíssimo na economia”, na crise que atingiu o país em 2008.
“Acreditamos que este é o setor mais fustigado por esta pandemia, mas também acreditamos que é o que sairá mais facilmente do estado em que se encontra”, admitiu Rita Marques.
Quanto ao setor público, o esforço a fazer deve ser, na sua ótica, no sentido de revisitar alguns mecanismos de apoio ao tecido empresarial, “sabendo sempre que a prioridade será reduzir a carga burocrática”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil. Dos casos de infeção, cerca de 180.000 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito esta quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na quarta-feira (+11,8%), e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação à véspera (+9,5%).
Dos infetados, 1.042 estão internados, 240 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até ao final do dia 17 de abril.
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