Gás Natural: Mercado livre cresceu 4,1% num ano e ganhou mais 15 mil clientes desde junho

No final de junho de 2019 eram ainda cerca de 275 mil os clientes de gás natural no mercado regulado. No espaço de seis meses, 15 mil clientes mudaram para o mercado livre. 3600 só no último mês.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) revelou esta sexta-feira que o mercado liberalizado de gás natural cresceu 4,1% no espaço de um ano, atingindo cerca de 1,3 milhões de clientes em fevereiro de 2020. Isto representa um crescimento líquido de cerca de 3.600 clientes face a janeiro de 2020.

Já no mercado regulado, abastecidos pelo comercializador de último recurso (CUR), com tarifa transitória definida anualmente pelo regulador, permanecem cerca de 260 mil clientes, esmagadoramente concentrados nos segmentos residencial e de pequenas e médias empresas (PME). Os grandes consumidores estão já, em grande maioria, no mercado livre.

No final de junho de 2019 eram ainda cerca de 275 mil os clientes de gás natural abastecidos por um comercializador de último recurso. Ou seja, no espaço de seis meses, 15 mil clientes mudaram do regulado para o livre no gás natural.

Quem optou por ficar no mercado regulado pode agora manter essa opção por mais cinco anos. Depois de prolongar as tarifas reguladas no mercado de eletricidade até 31 de dezembro de 2025, o Governo decidiu agora aplicar a mesma decisão ao gás natural, que verá igualmente o mercado regulado estendido por mais cinco anos.

A ERSE apresentou esta semana a sua proposta para as tarifas de gás natural no mercado regulado, que entram em vigor no próximo mês de outubro e estarão em vigor até setembro de 2021: no mercado doméstico (baixa pressão, consumos inferiores ou iguais a 10 000 m3/ano) os preços deverão cair 3,3%, recomenda o regulador. Para uma família com dois filhos esta redução equivale a menos 69 cêntimos por mês numa fatura média mensal de 20,57 euros. No caso de um casal sem filhos, serão menos 38 cêntimos numa fatura média mensal de 11,16 euros.

Quanto à componente de energia no mercado livre, não regulada pela ERSE, e “pressupondo que varia de forma equivalente à do mercado regulado”, a ERSE estima uma redução de 3,1% nos preços para o segmento residencial.

“Em fevereiro de 2020, a intensidade de mudança de comercializador, em número de clientes, representou 1,2% do total. O segmento mais ativo na mudança de comercializador, em número, foi o dos clientes industriais, seguido de perto pelos clientes residenciais, e em consumo, foi o dos clientes residenciais”, explica o boletim da ERSE.

No que diz respeito ao consumo, este registou em fevereiro uma redução de 147 GWh relativamente aos valores de janeiro, para 41.480 GWh. O que representa um decréscimo de 0,4% face ao mês anterior e de 1,8% face ao mês homólogo.

O consumo no mercado livre representou em fevereiro cerca de 98% do consumo total registado em Portugal continental.

Em termos de quota de mercado, sublinha a ERSE, a Galp manteve a sua posição como principal operador no mercado livre, no que concerne o consumo (60%), enquanto a EDP Comercial manteve a sua posição de liderança em número de clientes (53%), apesar da quebra que tem vindo a registar desde fevereiro de 2019.

A Galp manteve também a liderança nos segmentos de clientes industriais (56%), apresentando ainda assim uma redução da sua quota em 0,3 pontos percentuais, e no segmento dos grandes consumidores (65%), também com uma redução da quota em 1,2 pontos percentuais.

A EDP mantém a liderança nos segmentos das PME (49%), apresentando uma redução de 0,4 pontos percentuais da sua quota, e no segmento residencial (53%), onde apresenta um aumento de 1,1 pontos percentuais.

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