tech4COVID19 pede ao Governo medidas para fortalecer ecossistema empreendedor em plena crise
Centenas de empreendedores entregaram documento com propostas de medidas adequadas ao ecossistema, que em 2018 representou 1,1% do PIB nacional. Apelam a medidas adequadas a startups.
O movimento tech4COVID19, que junta centenas de empreendedores para criar soluções que ajudem a combater o coronavírus, decidiu fazer chegar ao Governo um documento com propostas de medidas que diminuam os efeitos da pandemia no ecossistema empreendedor português. Segundo informa o grupo de empreendedores em comunicado, o Governo “mostrou-se disponível para avaliar as propostas, no contexto das medidas excecionais de apoio ao ecossistema de empreendedorismo que tem vindo a desenvolver, e que deverão ser anunciadas esta semana”.
“Muito do que foi construído ao longo dos últimos 10 anos (startups, incubadoras, aceleradoras, fundos de investimento, empregos, etc.), está atualmente em risco, pelo que, à semelhança do que temos visto em outros países europeus, como França e Alemanha, onde os governos locais estão a injetar milhares de milhões de euros nos respetivos ecossistemas de inovação. É fundamental que o Governo português possa atuar rapidamente para ajudar as startups, incubadoras e investidores nacionais a mitigar os efeitos da pandemia”, explica Felipe Ávila da Costa, porta-voz do movimento e CEO da Infraspeak.
Entre as medidas que constam do documento estão um “aumento da tesouraria”, um “fundo de maneio” que permita às startups sobreviver até que haja uma retoma na disponibilidade de investimento, e o desenvolvimento de outras medidas que permitam às startups manterem os postos de trabalho e reterem talento e conhecimento, através da revisão e da criação de novas iniciativas que incentivem business angels e venture capital a continuarem a investir.
“As startups têm características específicas que as tornam muito diferentes do restante tecido empresarial português, motivo pelo qual a comunidade acredita que deverão ter medidas adequadas e pensadas para a sua realidade”, afirma Daniela Monteiro, que coordenou o projeto de elaboração do documento apresentado ao Governo com as propostas da comunidade.
É fundamental que o Governo português possa atuar rapidamente para ajudar as startups, incubadoras e investidores nacionais a mitigar os efeitos da pandemia.
De acordo com uma primeira análise sobre o impacto do Covid-19 nas startups portuguesas, revelada pela Aliados Consulting e pela FES Agency, 73% dos empreendedores sentem já impacto negativo do vírus nos seus negócios e 43,9% registou perdas nas vendas superiores a 60%. Este impacto será também sentido na economia portuguesa uma vez que o ecossistema empreendedor representou, em 2018, 1,1% do PIB português, segundo dados recolhidos pela Startup Portugal.
O impacto, refere ainda o movimento tech4covid, sente-se não só no negócio como na postura dos investidores, que estão a reavaliar a operação para apoiar as empresas do seu portefólio de investimentos “em detrimento da avaliação de novas oportunidades de investimento, num universo temporal ainda desconhecido”.
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