Boeing elimina mais de 300 aviões da lista de encomendas
A pandemia de coronavírus levou ao cancelamento de várias encomendas que tinha sido feitas à Boeing. A crise do 737 Max também ajuda a explicar esses cancelamentos.
A Boeing eliminou mais de 300 aviões da sua lista de encomendas em março, devido aos pedidos de cancelamento resultantes da quebra de procura no setor da aviação, provocada pela pandemia de Covid-19, anunciou esta terça-feira a fabricante aeronáutica.
Dos 300 cancelamentos registados pela fabricante norte-americana, 150 eram pedidos do modelo 737 Max, que teve de ser retirado do espaço aéreo internacional, depois de estar envolvido em dois acidentes mortais resultantes de uma falha técnica.
“Estamos a trabalhar com os nossos clientes, muitos dos quais enfrentam uma pressão financeira relevante para reverem os planos de frota e fazer ajustes apropriados. A Boeing continua a ajustar o livro de encomendas para adaptar-se a uma produção de curto prazo do 737 MAX inferior ao planeado”, disse a empresa através de uma declaração à imprensa.
Segundo a sua página na internet, a Boeing regista 5.049 pedidos de aviões no final do primeiro trimestre deste ano, depois de reduzir a lista em 307 unidades devido às baixas expectativas de que sejam entregues devido às dificuldades que o setor atravessa.
A Boeing, que no ano passado teve o primeiro exercício com prejuízo em duas décadas, suspendeu este mês a produção de aviões comerciais devido às medidas impostas pelas autoridades norte-americanas para conter a propagação da Covid-19.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estimou, esta terça-feira, uma quebra de receitas das companhias aéreas mundiais superior a 50% devido ao “agravamento da crise” do novo coronavírus, que reduziu em 80% o número de voos a nível mundial em comparação com o mesmo período do ano passado.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. Os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes, contabilizando 23.649 até hoje, e o que tem mais infetados, com 582 mil casos confirmados.
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