“Faturação caiu 70%”. SIVA pede regresso do incentivo ao abate
Com a pandemia, a SIVA pôs os trabalhadores em lay-off. As vendas afundaram, obrigando a empresa a dar ajuda aos concessionários. Pede regresso do incentivo ao abate para salvar o setor.
Foram muitos os setores de atividade obrigados a parar com o estado de emergência decretado para tentar travar a propagação do coronavírus entre os portugueses. O automóvel foi um deles, com um forte impacto no negócio. De tal forma que a SIVA, representante de marcas como a Volkswagen, Audi e Skoda, em Portugal, teve de colocar todos os trabalhadores em lay-off, alguns a tempo parcial. Quem não está em lay-off total, trabalha num sistema rotativo, ora em teletrabalho, ora no escritório, como Pedro de Almeida, que não dispensa a máscara na empresa.
“A maioria dos trabalhadores da SIVA está em lay-off e, desses, os que estão em lay-off parcial trabalham num sistema rotativo. É um sistema de presença rotativa no escritório”, explica o managing diretor da SIVA ao ECO, no âmbito da rubrica Gestores em teletrabalho. “Eu estou em trabalho remoto em semanas alternadas”, diz, notando que nas semanas em que tem de estar presencialmente na empresa, fá-lo com o máximo de cuidados para evitar situações de contágio.
“Mantenho uma maior distância social e passei a usar uma máscara sempre que estou na SIVA“, conta o gestor. “Tivemos de encontrar um novo modo de trabalhar. E funciona”, diz. Gerir à distância obriga, contudo, a um reforço “da comunicação interna de forma a manter a organização coesa e a informação a circular”, revela o responsável da SIVA.
“Apesar de estarem afastadas, as equipas continuam a funcionar, nomeadamente via conference calls diárias, quer no apoio à rede de concessionários, quer no desenvolvimento de novos projetos“, conta o gestor. E o trabalho de apoio à rede é extremamente importante neste contexto, dada a crise que se está abater sobre este setor em particular.
Faturação caiu “abruptamente”. SIVA apoia a rede
Com os stands encerrados, as vendas estão a afundar. Caíram mais de 50% em março, mas o cenário vai ser ainda mais negro, reconhece Pedro de Almeida. “As quebras de faturação que temos vindo a registar desde meados de março têm um impacto inegável nos nossos resultados e a situação vai-se deteriorando a cada dia que passa”, alerta.
Numa altura em que a faturação dos nossos concessionários caiu abruptamente – mais de 70% -, tomámos um conjunto abrangente de medidas de apoio no sentido de minimizar os problemas de liquidez e reduzir custos na rede de concessionários.
“Os nossos concessionários mantêm o nível de atividade possível no contexto atual, com as oficinas a funcionar mas com os stands de vendas fechados. Numa altura em que a faturação dos nossos concessionários caiu abruptamente – mais de 70% –, tomámos um conjunto abrangente de medidas de apoio no sentido de minimizar os problemas de liquidez e reduzir custos na rede de concessionários”, conta.
Além do apoio financeiro, a SIVA colocou em marcha um “um projeto de vendas online com o objetivo de gerar negócios para o retalho”. “As equipas comerciais trabalham online e entregam os carros em casa dos clientes”, mas o volume de venda dificilmente será semelhante ao que se consegue com as portas abertas.
É preciso ajuda. É preciso o regresso do incentivo ao abate
O cenário é negro para todo o setor, sendo que a SIVA, que foi comprada recentemente pela Porsche Holding Salzburg, acredita que será a “velocidade com que a atividade retomará no pós-Covid-19 que determinará a extensão dos danos desta crise na atividade comercial e nos resultados financeiros de 2020”.
"Seria importante o relançamento por parte do Governo das medidas de incentivo ao abate, semelhantes às lançadas em 2009.”
Pedro de Almeida, antevendo a crise económica que resultará desta crise de saúde pública, pede ao Governo que ajude o setor. E nem será preciso “inventar a roda”.
“Para uma retoma saudável do comércio automóvel no pós-Covid-19 e para evitar impactos mais graves nas redes de concessionários, seria importante o relançamento por parte do Governo das medidas de incentivo ao abate, semelhantes às lançadas em 2009″, diz o gestor ao ECO.
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