Em protesto, Amazon fecha centros de distribuição em França

  • Lusa
  • 15 Abril 2020

Decisão da gigante norte-americana surge depois de a justiça francesa ter ordenado a empresa a limitar a venda e entrega de produtos básicos e essenciais.

A Amazon decidiu encerrar os centros de distribuição em França durante cinco dias, até segunda-feira, depois de a justiça francesa ter ordenado a empresa a limitar a venda e entrega de produtos básicos e essenciais.

O tribunal de Nanterre, nos arredores de Paris, deu na terça-feira um prazo de 24 horas para o gigante da distribuição online restringir a venda e distribuição apenas a produtos essenciais, tendo em conta o resultado de uma avaliação sobre os riscos inerentes à pandemia de Covid-19 nos centros de distribuição, e determinou que a entrega de produtos não essenciais só poderá ocorrer após uma avaliação dos riscos e de medidas necessárias para proteger a saúde dos trabalhadores.

Segundo a decisão do tribunal, a Amazon França fica obrigada a incluir representantes dos trabalhadores na avaliação dos riscos.

Hoje, a empresa chegou a indicar que estava a pensar recorrer da decisão, mas voltou atrás nos planos, depois de reunir um comité social e económico que se pronunciou, com 14 votos em 18, a favor do encerramento, para desinfetar os centros de distribuição e avaliar os riscos, segundo informou um delegado sindical à agência France-Presse.

A ação judicial que motivou a sentença foi interposta pela União Sindical Solidária (SUD), o principal sindicato da empresa, que viu, porém, o tribunal negar-lhe o pedido feito com vista à suspensão laboral nos centros de distribuição, onde trabalha uma média de uma centena de funcionários num armazém à porta fechada, mas viu, agora, a empresa a ir de encontro às suas pretensões.

De acordo com a direção do gigante norte-americano da distribuição, os salários dos trabalhadores afetados nos cinco centros serão pagos a 100% durante o período de encerramento.

A França é o terceiro país da Europa com mais casos de infeção com o novo coronavírus, tendo, segundo os dados oficiais mais recentes, registado 15.729 óbitos entre os 143.303 infetados.

A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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