Banca europeia com espaço para absorver perdas no primeiro trimestre
O diretor da Supervisão Bancária europeia, Andrea Enria, considerou que os bancos europeus terão capacidade de capital suficiente para fazer face a perdas no primeiro trimestre do ano.
A banca europeia tem “espaço suficiente de capital” para absorver perdas no primeiro trimestre de 2020 devido à pandemia de Covid-19, segundo o diretor da Supervisão Bancária europeia, Andrea Enria, que espera quebras menores do que nos EUA.
“O que é mostrado no exemplo americano, que espero que também seja o caso no exemplo europeu, é que mesmo face a perdas relativamente grandes, os bancos têm espaço suficiente de capital para absorver essas perdas”, disse Andrea Enria em entrevista ao jornal espanhol El Confidencial.
Na mesma entrevista, o chefe da supervisão bancária do Banco Central Europeu (BCE) disse esperar que “os bancos europeus não tenham tantas perdas” como os congéneres norte-americanos.
“Estamos atualmente a recolher informação no final do primeiro trimestre. Vimos as publicações dos bancos dos EUA nos últimos dias, que mostraram um aumento significativo no custo do risco nos EUA. É uma área para a qual olharemos com grande cuidado quando os bancos [europeus] publicarem os seus resultados”, afirmou Andrea Enria.
"Vimos as publicações dos bancos dos EUA nos últimos dias, que mostraram um aumento significativo no custo do risco nos EUA. É uma área para a qual olharemos com grande cuidado quando os bancos [europeus] publicarem os seus resultados.”
O diretor do braço da supervisão no Banco Central Europeu disse ainda que “até ao momento não há evidência de nenhum impacto significativo específico”, em termos de países, nos bancos da zona euro.
Relativamente à exposição da banca a títulos de dívida pública, Andrea Enria disse que o BCE está a “tomar atenção em geral” a esse fator, mas não está “especificamente” a instruir os bancos relativamente a esse tipo de ativos.
O responsável italiano afirmou ainda que desta vez, ao contrário da crise de há dez anos, os bancos “podem ser parte da solução, em vez de parte do problema”.
“Podem reparar a sua reputação ao assistir os seus clientes e ajudá-los a ‘atravessar o deserto’, dado que as medidas restritivas tomadas para parar o vírus tornam impossível às empresas ou pequenos negócios funcionarem de forma normal”, opinou.
Andrea Enria disse ainda que as autoridades de supervisão irão “redefinir os objetivos” relativamente ao crédito malparado, em função da atual crise associada à pandemia de Covid-19, e que lhes será dado “mais tempo, se for necessário”.
“Mas claro que manteremos, a médio prazo, a pressão sobre os bancos para continuar o processo que tem vindo a decorrer com tanto sucesso até agora”, afirmou.
O responsável disse também que a crise “vai ajudar a perceber que é preciso avançar e completar a união bancária mais rápido do que o previsto anteriormente”.
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