Itália confiante num debate “produtivo” para resolver o caso MPS
O caso do banco mais antigo do mundo, Montei dei Paschi, pode vir a ser resolvido nos próximos meses. O primeiro-ministro italiano espera um debate "produtivo" com as instituições europeias.
O primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, disse hoje confiar num debate “produtivo e eficaz” com as autoridades europeias nos próximos meses para resolver a situação do banco Monte dei Paschi di Siena (MPS).
“Será um caminho de meses, de debate com as autoridades europeias e estou certo que será produtivo e eficaz, caso contrário será um caminho difícil de percorrer”, afirmou.
Gentiloni falava aos jornalistas na conferência de imprensa de final do ano e apontou alguns desafios que o seu governo terá de enfrentar nos próximos meses, referindo a situação do banco MPS, o mais antigo do mundo e o terceiro mais importante de Itália.
O MPS, que fracassou uma tentativa de captação de capital para proceder a uma recapitalização de 5.000 milhões de euros, espera agora uma intervenção estatal que lhe permita resolver os problemas de liquidez, situação que partilha com outras instituições financeiras do país.
Essa intervenção decorrerá sob vigilância das autoridades da União Europeia (UE) e com a supervisão do Banco Central Europeu (BCE).
O governo italiano aprovou na semana passada um pacote de 20.000 milhões de euros destinado a fortalecer as entidades bancárias do país que apresentam problemas, como é o caso do MPS.
“Na minha opinião, temos feito o que é justo e necessário e faremos tudo o que esteja ao nosso alcance para que o objetivo principal seja a proteção dos que têm poupanças”, considerou o sucessor de Matteo Renzi.
O primeiro-ministro também reconheceu que foi surpreendido pela comunicação enviada pelo BCE ao Ministério da Economia italiano calculando que o banco necessitará de 8.800 milhões de euros, uma soma bastante superior aos 5.000 milhões de euros apontados inicialmente para a recapitalização do MPS.
Paolo Gentiloni acrescentou ainda que o resgate do banco tem como objetivo prevenir as perdas dos investidores italianos.
Já esta manhã o ministro das finanças italiano, Pier Carlo Padoan, tinha criticado o Banco Central Europeu por não ter sido claro o suficiente quanto ao requisito de aumento de capital para o banco Monte dei Paschi para o dobro da quantia que o credor não conseguiu angariar no mercado.
“Teria sido útil receber mais informação da parte do BCE nos critérios usados para a avaliação feita, devido às consequências que daqui podem resultar para os outros bancos.
Isto acontece um dia depois de o ministro das Finanças Alemão, Wolfgang Schäuble, ter chamado o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia para assegurar que a Itália cumpre as regras europeias quanto à recapitalização do banco mais antigo do mundo.
Num mail enviado à Bloomberg, Wolfgang Schäuble explicou que a recapitalização do banco através do governo pode ser parte de uma solução “excecional em algumas circunstâncias” e sob “condições apertadas”.
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