Um CLA transformado em Shooting Brake. E resulta

Tem todo o estilo do coupé, mas esta proposta da Mercedes tem a vantagem de oferecer a versatilidade que só mesmo uma carrinha proporciona. Principalmente para quem usa automóvel no do dia-a-dia.

Há um Classe A para todos. Terá sido com base nesta premissa que a Mercedes-Benz, motivada pelo sucesso da primeira geração do seu modelo de entrada, avançou para a geração atual, desmultiplicando-a. Ao A compacto adicionou o A limousine, e o CLA. E a família voltou, recentemente, a crescer com a CLA Shooting Brake — numa altura em que está a chegar o GLA. É uma proposta tentadora, aliando todo o estilo do coupé à versatilidade que uma carrinha proporciona no do dia-a-dia.

Em vez daquela uma linha de tejadilho que mergulha até “lá atrás”, como acontece no coupé, na Shooting Brake esta linha continua, continua e continua… até finalmente descer suavemente até encontrar o para-choques. É tudo isto acontece praticamente sem “sobressaltos” no desenho, graças a farolins como que embutidos nas laterais do portão traseiro. Para este efeito contribui o facto de nesta nova versão a chapa de matrícula ter descido até a parte inferior do enorme para-choques. Ganhou um aspeto muito mais “clean”, desportivo até.

O cuidado no desenho de uma carrinha que é quase tão atrativa quanto o coupé — até porque a exceção da bagageira, tudo o resto é igual — não passou, contudo “fatura” aquele que é o atributo de excelência destas versões: espaço de carga, bem como habitabilidade para os ocupantes. São 505 litros para carregar quase tudo o que lhe apetecer, uma melhoria face à anterior geração.

Com o crescimento da carroçaria (em comprimento e largura), também os ocupantes do banco traseiro ganham espaço. E nem se chega a roçar com a cabeça no forro de uma carrinha que acabou por ficar mais baixa face à anterior geração. A suspensão rebaixada obriga a mergulhar para o banco traseiro, mas uma vez lá dentro percebe-se que houve o cuidado para garantir o conforto, ainda que um terceiro passageiro possa sofrer com a bossa provocada pelo túnel da transmissão.

Se atrás pode ser um incómodo, não sendo convidativo a grandes viagens a cinco, quem viaja a frente não tem razões de queixa. Tem todo o conforto do coupé, bem como toda a tecnologia. O já conhecido e reconhecido sistema MBUX da Mercedes marca a sua presença com um duplo ecrã flutuante que atravessa quase todo o tablier. Da vida aos vários modelos da fabricante de Estugarda, sendo o centro de comando de tudo: do entretenimento a navegação, mas também aos modos de condução.

Cheia de genica diesel

Numa altura em que o mercado mostra apetite por versões a gasolina, a Mercedes responde com unidades de cilindradas reduzidas, como é o caso do 1.3 sobrealimentado de 163 cv. Contudo, há sempre os diesel. E neste caso, a CLA Shooting Brake é uma 200d, o que se traduz num motor de dois litros com turbo que, contudo, acaba por apresentar menos potência que o 200 a gasolina do coupé.

Derivado da variante de 194 cv, neste motor a Mercedes amarrou 150 cv é um binário elevado para ajudar a Shooting Brake a despachar-se na estrada. Utilizando o MBUX para escolher entre os vários modos de condução, facilmente se percebe que este é um bloco multifacetado, respondendo sempre de acordo com aquilo que lhe pedem. Se se quer conforto, o pedal do acelerador, mas também a caixa automática de oito velocidades, oferecem-no. Mesmo sendo um diesel, acaba por ser um automóvel suave.

Mas sendo está uma carrinha que deriva de um modelo desportivo, e tendo ela também essas ambições — que se refletem esteticamente na suspensão rebaixada e nas jantes de 18 polegadas —, o recurso ao modo Sport dá boa resposta. A direção mais pesada, mas principalmente as relações de caixa mais espaçadas, permitem explorar um pouco melhor os limites da Shooting Brake. Sobe facilmente de regime, embalando até velocidades já fora da lei. É mais que suficiente. Chegamos a esquecer que é a brake, não o coupé.

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