Venda da Victoria’s Secret em risco por causa do vírus. Comprador volta atrás

O fundo de investimento Sycamore Partners quer cancelar a compra da Victoria’s Secrets, por considerar que as decisões tomadas pela empresa para sobreviver à pandemia de coronavírus violam o contrato.

A Sycamore Partners, uma private equity nova-iorquina, quer cancelar o negócio de assumir o controlo da Victoria’s Secret, acordado em fevereiro, num investimento de 525 milhões de dólares. A empresa alega que as decisões tomadas pela empresa para travar o impacto da pandemia de Covid-19 violam o contrato assinado, avança o The Wall Street Journal (acesso pago, conteúdo em inglês).

A private equity, que desembolsou 525 milhões de dólares (484,115 milhões de euros) para deter 55% do capital da L Brands, casa-mãe da marca de lingerie, alega que o encerramento das lojas em março, com a consequente dispensa da maioria dos trabalhadores e a suspensão dos pagamentos de arrendamento em abril, violam as normas do contrato assinado e, por isso, entrou com um processo junto das autoridades judiciais norte-americanas para anular a transação.

Em comunicado, a L Brand diz que o cancelamento da transação é inválido, acrescentando que “se defenderá vigorosamente contra este processo e fará tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que seus direitos contratuais sejam respeitados”. A marca conhecida pelos “anjos” — e cujo rosto em Portugal é a modelo Sara Sampaio –, acrescenta que continua a trabalhar para concluir a operação. Segundo fontes consultadas pelo WSJ, a resposta legal deverá ser apresentada ainda esta quinta-feira.

Face a esta notícia, as ações da L Brands caíram 15% para 10,19 dólares esta quarta-feira, quando em fevereiro estavam a negociar acima dos 20 dólares, aponta o jornal.

Em fevereiro, a L Brand concordou em vender o controlo da Victoria’s Secret, continuando a deter uma participação de 45%, bem como, o controlo da marca Pink para a Sycamore Partners. Com esta venda, que avaliou a marca de lingerie em 1,1 mil milhões de dólares, o magnata Leslie Wexner deixou de ser presidente e CEO da Victoria’s Secret.

A marca dos “anjos” tem um volume de negócios anual de sete mil milhões de dólares, mas as vendas já tiveram melhores dias. Nos últimos anos, a marca tem sido altamente criticada por não transmitir uma imagem inclusiva do corpo feminino. Posição que se reflete na queda de audiências do Victoria’s Secret Fashion Show, evento organizado desde 2001, mas que foi cancelado pela primeira vez no ano passado.

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