Mário Ferreira, da Douro Azul, compra 30% da dona da TVI

O dono da Douro Azul, Mário Ferreira, vai comprar 30,22% da Media Capital, a empresa que detém a TVI. Negócio foi anunciado pela Prisa em comunicado ao mercado.

O dono da Douro Azul, Mário Ferreira, vai comprar 30,22% da Media Capital, a empresa que detém a TVI, revela a Prisa em comunicado enviado ao mercado esta sexta-feira.

A Prisa e a Pluris Investments, a empresa turística de Mário Ferreira, assinaram um memorando de entendimento para “uma potencial transação que implica a aquisição de até 30,22% do capital do grupo Media Capital“, pode ler-se no comunicado.

O objetivo deste memorando de entendimento é “definir os termos iniciais e as condições segundo as quais as duas partes estarão dispostas a completar a transação”, mas também “definir os vários passos necessários para a concluir”. Em causa está, por exemplo, contactos preliminares com as autoridades reguladoras, mas também a concordância prévia de alguns credores da Prisa à operação. Para isso é estabelecido um período de exclusividade até 15 de maio.

Mário Ferreira não era o único interessado no negócio da Media Capital, que detém a TVI, a TVI24, a Rádio Comercial, a Produtora Plural, entre outros ativos. De acordo com o Público, Marco Galinha, do Grupo Bel, encabeçava um consórcio, formado pelo vice-presidente da ANJE, por Gustavo Guimarães, em representação do grupo Apollo, pelo Prozis Group e pela Nova Expressão, formado com esse objetivo.

Em entrevista ao Expresso, Mário Ferreira sublinha que “a participação de 30% não afeta o controlo da Prisa”. “O que é importante na nossa entrada é acentuar o cunho português no relançamento de um projeto que já mostrou ter um enorme potencial e, ao mesmo tempo, reforçar a estrutura acionista e de gestão da empresa que, em virtude dos sucessivos processos de aquisição a que esteve sujeita, necessita desse reforço, com brevidade”, disse o empresário que optou por fazer o negócio através da holding familiar, que detém juntamente com a mulher.

Mário Ferreira explicou nessa mesma entrevista que esta foi a opção depois do falhanço da OPA da Cofina, onde também estava envolvido e que o apanhou de surpresa, como disse ao Expresso no início de março. A Cofina justificou a resolução do contrato de compra e venda da Media Capital, com o facto de a Prisa não ter querido voltar à mesa das negociações para alterar os termos do negócio, tendo em cota a “inesperada e muito significativa degradação da situação financeira e perspetivas da Vertix e da Media Capital, especialmente agravadas pelo presente contexto de emergência causado pela pandemia Covid-19”.

No comunicado enviado ao mercado não há qualquer referência a valores para esta transação, mas é frisado que a Pluris, que tem posições em mais de 40 empresas, vai ter “uma representação adequada na administração da Media Capita“, ainda que a Prisa se mantenha como acionista único de controlo, sem qualquer acordo parassocial. “Em assembleia geral de acionistas serão certamente feitas as melhores escolhas possíveis para a composição do conselho de administração, mediante votação”, explicou Mário Ferreira na mesma entrevista ao Expresso.

Não temos direitos de preferência e um eventual aumento da nossa participação só poderia ter lugar se, no futuro, a Prisa e nós entendêssemos que essa via seria adequada e necessária para o projeto da Media Capital e se previamente todas as entidades reguladoras com competência não se opusessem ao projeto”, acrescenta.

O empresário promete “aportar ao projeto da Media Capital recursos financeiros adicionais, caso se mostre necessário” e garante não ter “outros investidores” consigo e frisa que não vai recorrer a qualquer financiamento bancário para a aquisição. “Esta compra será feita, na íntegra, com capitais próprios e sem parceiros”, diz.

Para a Prisa, a Pluris é o “coinvestidor ideal na Media Capital tendo em conta “o empenho demonstrado com Portugal e a sua economia”, “o empenho para apoiar e ajudar a gerir a equipa da Media Capital com os seus conhecimentos financeiros” e o seu “historial como investidor responsável e orientado para o crescimento”, para além da sua “capacidade para providenciar, se necessário, mais fundos para a Media Capital”.

(Notícia em atualizada)

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