Novo sistema reduz até 20% o consumo de energia das estações de tratamento de águas
O sistema ‘ePredator’ do INESC TEC visa, através da implementação de técnicas de inteligência artificial, “maximizar a sustentabilidade energética no setor das águas”.
Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, no Porto, desenvolveram um sistema de inteligência artificial que vai permitir reduzir até 20% o consumo de energia elétrica das estações de tratamento de água residuais.
Em comunicado, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) explica hoje que o sistema ‘ePredator’ visa, através da implementação de técnicas de inteligência artificial, “maximizar a sustentabilidade energética no setor das águas”.
A utilização deste sistema, desenvolvido em colaboração com as Águas do Tejo Atlântico, que integra o grupo Águas de Portugal, vai permitir reduzir o consumo de energia elétrica nas estações de tratamento de águas residuais “entre 15 a 20%”.
“No Grupo Águas de Portugal, o consumo de energia elétrica representa cerca de 1,4% do total de consumo de energia elétrica em Portugal”, afirma o instituto do Porto, acrescentando que, neste setor, o consumo de energia tem um “elevado peso no total dos custos operacionais das empresas”.
“Os sistemas elevatórios de águas residuais representam uma grande parte destes gastos, tornando-se necessária uma melhor gestão do seu funcionamento e minimização da energia consumida”, esclarece o INESC TEC.
Citado no comunicado, Ricardo Bessa, investigador e coordenador adjunto do Centro de Sistemas de Energia do INESC TEC, adianta que o sistema, além de reduzir o consumo de energia, poderá, entre outras questões, “controlar o horário da operação das bombas, antecipar períodos de elevada afluência de águas residuais e incluir diferentes níveis de desgaste das bombas”.
“Sendo ainda de fácil implementação e escalável para outros sistemas”, acrescenta o investigador.
Ao controlar “automaticamente” os sistemas de bombagem, o ‘software’ de inteligência artificial vai também permitir melhorar a segurança operacional das centrais, “com uma redução dos sinais de transbordo até 90% e pela nova capacidade de evitar cenários que conduzam a um elevado consumo de energia”, explica o INESC TEC.
Também no comunicado, Rita Alves, responsável pela área de investigação, desenvolvimento e inovação da Águas do Tejo Atlântico, refere que “a maioria das estações elevatórias de águas residuais são operadas através de níveis fixos, para regular o nível da água nos poços de bombagem” e que essa abordagem é “mais dispendiosa economicamente”.
Segundo o instituto do Porto, o ‘ePredator’, desenvolvido no âmbito do projeto europeu InteGrid, já foi testado em ambiente real na fábrica de água de Alcântara, sendo que os investigadores já submeteram um pedido de patente europeia para este sistema.
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