Covid-19: APEMIP pede alargamento do período das moratórias de crédito por mais seis meses

  • Lusa
  • 15 Maio 2020

O presidente da APEMIP comparou esta sexta-feira ter as moratórias de crédito aos “ventiladores” e pediu para que o período de mora fosse alargado de seis para doze meses.

O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, comparou esta sexta-feira ter as moratórias de crédito aos “ventiladores” e pediu para que o período de mora fosse alargado de seis para doze meses.

O representante das imobiliárias considera que as moratórias de crédito são fundamentais comparando-as aos ventiladores, “podem não salvar todos, mas serão indispensáveis para garantir a sobrevivência de muitos”.

Desde o início da crise pandémica da Covid-19, que APEMIP tem defendido “a importância da inclusão de um regime de moratórias de crédito para permitir que as famílias e empresas tenham algum fôlego num período de grande aperto financeiro, em que muitas pessoas viram o seu rendimento cair para zero”, refere a associação em comunicado.

Luís Lima explica que em 12 de março apelava “à necessária implementação de moratórias de crédito para famílias e empresas, que foi posteriormente regulamentada pelo Governo, tendo o próprio setor financeiro ido para além das normas criadas, com alternativas mais flexíveis para os seus clientes”.

E prossegue: “Estas moratórias revelaram-se absolutamente fundamentais, o que se refletiu nos milhares de pedidos recebidos pela banca”.

Creio que um semestre será insuficiente para evitar o crescimento do crédito mal parado [em incumprimento]”, lembrou, adiantando que “seria muito importante que as moratórias tivessem pelo menos doze meses de duração, medida que parece ser consensual nomeadamente junto do governador do Banco de Portugal e do presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB)”, salientou ainda o responsável.

Para Luís Lima, o regulamento “deve ser prolongado o quanto antes, com um enquadramento que inclua os vários créditos existentes por forma a evitar o incumprimento de famílias e empresas, o que beneficiaria também a própria banca, pela eventual necessidade de aumento de provisões e ainda o mercado imobiliário”.

Além disso, frisa, impediria que eventuais questões mais emocionais “levem as pessoas ao desespero” e, por consequência, “à desvalorização do património construído”.

Luís Lima reforça a ideia de que “não há justificação” para se assistir à quebra de preços no mercado.

Atualmente não há excesso de ‘stock’, nem os níveis de endividamento a que assistimos no período da ‘troika’. A par de alguns reajustes de preços que estavam especulados, em particular nos centros das principais cidades, não há motivo para assistir às descidas acentuadas de preços que vimos no passado”, frisa no comunicado.

Mas, para isso, também “é necessário impedir o desespero de quem se vê, de repente, sem rendimento devido a uma situação sanitária absolutamente inesperada”, diz o presidente da APEMIP, que realça que o procedimento das moratórias deverá ser de “revalidação automática” comparando a extensão das moratórias aos ventiladores no Sistema Nacional de Saúde (SNS).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou quase 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (85.813) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,4 milhões). Seguem-se o Reino Unido (33.614 mortos, mais de 233 mil casos), Itália (31.368 mortos, mais de 223 mil casos), França ( 27.425 mortos, mais de 178 mil casos) e Espanha (27.321 mortos, cerca de 230 mil casos). A Rússia, com menos mortos do que todos estes países (2.305), é, no entanto, o segundo país do mundo com mais infeções (mais de 252 mil).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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