Lucro do BCP cai 77% no primeiro trimestre. Banco faz provisões de 79 milhões para a crise

O BCP registou um resultado líquido de 35 milhões de euros no primeiro trimestre, uma queda de 77% explicada pelo impacto da pandemia. Banco constituiu 79 milhões em provisões para enfrentar a crise.

À semelhança dos outros bancos, também o BCP viu os resultados do primeiro trimestre afetados pela pandemia do novo coronavírus: obteve um lucro de 35,3 milhões de euros, uma queda de 77% face ao mesmo período do ano passado. Antecipando os efeitos da crise, o banco constituiu já 78,8 milhões em provisões.

Apesar da queda, o resultado saiu melhor do que o esperado pelo mercado, com os analistas do CaixaBank/BPI a apontarem para uma descida de 85% do lucro para 23 milhões.

Em conferência de imprensa, Miguel Maya adiantou que o banco mudou de foco em tempos de pandemia. “Mudámos o foco do crescimento para a defesa do balanço. A defesa do banco passou a ser principal preocupação“, sublinhou. Sem as provisões, o resultado do BCP teria sido de cerca de 104 milhões de euros.

“Por prudência e antecipando uma crise severa, o banco pôs de parte 78,8 milhões. São provisões genéricas e consideramos que são as adequadas numa perspetiva prudente. Vai depender muito da situação de confinamento e da retoma económica”, referiu ainda.

Miguel Maya sublinhou ainda que “o banco parte para esta crise de forma muito distinta da anterior crise”, apontando para um rácio de capital CET1 de 12%, mais 3,2 pontos face aos requisitos regulatórios.

Também ao nível da liquidez, o CEO disse que o BCP “está preparado para uma fase de maior aperto de liquidez”, com o banco a apresentar um rácio de transformação de 86%. Além disso, tem mais de 16 mil milhões de euros em ativos elegíveis para pedir financiamento junto do banco central.

A margem financeira do banco cresceu 6,3% para 385,5 milhões de euros. As receitas com comissões cresceram quase 8% para 179,8 milhões de euros, com Miguel Maya a justificar este desempenho com o alargamento da base de clientes. Ainda assim, o produto bancário estabilizou nos 597,8 milhões de euros.

O banco adianta ainda que o crédito a clientes aumentou 8,1% para atingir uma carteira de 52,5 mil milhões de euros no final de março. Isto enquanto os depósitos subiram 8,9% para 62 mil milhões.

Frankowicz obriga a provisões na Polónia

Em Portugal, o negócio registou um lucro de 16,2 milhões de euros, abaixo dos 94,3 milhões alcançados no mesmo período de 2019, “devido maioritariamente ao impacto da constituição da provisão para riscos associados à pandemia Covid-19, no montante de 60 milhões de euros”.

Lá fora, a atividade internacional lucrou 19,1 milhões de euros, um resultado que compara com os 46,1 milhões, “devendo-se esta evolução em grande parte à constituição da provisão para riscos relacionados com a pandemia Covid-19, no montante de 18,8 milhões de euros (13,8 milhões de euros na subsidiária polaca e cinco milhões de euros na subsidiária em Moçambique)”.

Na Polónia, de resto, o caso do Francowicz, relacionado com os empréstimos para a compra de casa concedidos na década passada em francos suíços levou o banco a provisionar mais de 12 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 17h39)

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