AEP critica TAP e desafia Governo a apoiar só se empresa mudar de estratégia
A Associação Empresarial de Portugal acusa a TAP de "não olhar para o país como todo" e desafiou o Executivo a "apoiar só se a empresa assumir outra opção estratégica" na reabertura de rotas.
A Associação Empresarial de Portugal (AEP) criticou o plano de retoma de voos da TAP, acusando-a de “não olhar para o país como todo” e desafiando o Governo “a apoiar só se a empresa assumir outra opção estratégica”.
“A atuar assim, a TAP não está a merecer o empenho do país e o empenho do Estado. O Governo deve exigir da TAP que para receber qualquer apoio tem de ser uma companhia aérea nacional e tem de considerar o país como todo e tem de ter uma opção estratégica que olhe para os interesses do país”, disse o presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro.
O responsável considerou que “não adianta manter a TAP a qualquer custo ou com um custo elevadíssimo” se esta “não der ao país a devida contrapartida” e mostrar “empenho”.
Luís Miguel Ribeiro considerou, falando aos jornalistas à margem de uma sessão com a Ordem dos Médicos e a administração do Hospital de São João, no Porto, que “infelizmente a TAP não olha para a região [Norte] da forma como deve olhar e não valoriza a região [Norte] como deveria valorizar por aquilo que ela representa”.
“Isto não é um problema do Norte ou de uma região, é do país. A região Norte contribui com um superavit, um excedente comercial, de 5.000 milhões para a balança comercial nacional. Se a região Norte não fizer este contributo, a balança comercial nacional tem um desempenho muito pior”, disse o presidente da AEP.
O plano de retoma das operações da transportadora aérea foi conhecido na segunda-feira e prevê 27 voos semanais até ao final de junho e 247 no mês seguinte, sendo a maioria de Lisboa.
A companhia aérea já tem a informação disponível no seu ‘site’, avisando que as rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.
Depois de anunciado o plano de retoma de voos, vários autarcas nortenhos, bem como partidos políticos, criticaram as opções da companhia aérea e exigiram que o Governo tomasse uma posição.
O Presidente da República afirmou na terça-feira à agência Lusa que “acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto”.
Já esta quarta-feira o primeiro-ministro afirmou que a comissão executiva da TAP tem o dever legal de “gestão prudente” e “não tem credibilidade” um plano de rotas sem prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras de Portugal.
Estas posições foram transmitidas por António Costa à agência Lusa, em reação ao anúncio feito pela Comissão Executiva da TAP sobre o plano de retoma de rotas a partir de junho.
Para Luís Miguel Ribeiro “num momento destes em que as dificuldades provocadas por esta situação pandémica são conhecidas”, este plano de retoma mostra que a TAP “está a prestar um mau serviço ao país”.
“Se num momento como este em que as empresas estão com dificuldades enormes, uma companhia nacional de bandeira, na qual o Estado português tem 50% do capital social, se não está ao lado das empresas e do país, está a prestar um mau serviço ao país”, disse o presidente da AEP, frisando que “a mobilidade é um fator importantíssimo na competitividade das empresas”.
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