Produtividade em queda. Emprego sobe mais que PIB

O Fórum para a Competitividade alerta que a produtividade do país está em queda. O emprego é boa notícia, mas os dados revelam que o crescimento económico deveria ser mais expressivo.

O Fórum para a Competitividade está preocupado com a queda da produtividade em Portugal. Em causa está o aumento do emprego acima do crescimento económico, “um resultado preocupante”. A nota de conjuntura relativa a dezembro revela que estes dados acentuam “a tendência de divergência da UE dos últimos 15 anos”.

Tem sido uma das questões colocadas pelos economistas em vários países do Mundo, nomeadamente no caso português: Como é que o emprego cresce tanto com a economia a evoluir de forma mais tímida? Para o Fórum para a Competitividade este fenómeno é “preocupante”, uma vez que “revela uma queda da produtividade”, reconhecendo que o emprego “tem vindo a subir de forma significativa”.

“O crescimento do emprego (1,9%, no trimestre terminado em outubro) acima do PIB (1,6% no 3º trimestre) revela uma queda da produtividade, o que é um resultado preocupante, porque acentua a tendência de divergência da UE dos últimos 15 anos”, lê-se na nota de conjuntura relativa a dezembro de 2016. Apesar de o crescimento do emprego ser “uma boa notícia em si, este desempenho relativo é preocupante porque revela uma queda da produtividade”.

Com um crescimento da produtividade em torno de 1%, o PIB poderia estar a crescer próximo dos 3%.

Fórum para a Competitividade

Nota de conjuntura de dezembro

Segundo estes dados, o Fórum para a Competitividade calcula que, “com um crescimento da produtividade em torno de 1%, o PIB poderia estar a crescer próximo dos 3%, um valor muito mais favorável, em particular para a sustentabilidade das finanças públicas e da dívida externa”. E é exatamente o défice público que a nota de conjuntura também critica, dizendo que “a diminuição significativa do défice em contabilidade nacional se deve, em larga medida, a efeitos pontuais e insustentáveis”.

“O défice público em contabilidade pública fixou-se em 4336 milhões de euros, apenas menos 394 milhões do que no mês homólogo, o que dá uma ideia de como a diminuição significativa do défice em contabilidade nacional se deve, em larga medida, a efeitos pontuais e insustentáveis. Para uma análise detalhada destes efeitos, recomendamos o texto de Joaquim Miranda Sarmento“, lê-se na nota e conjuntura.

O relatório elogia, no entanto, o trajeto da balança comercial em 2016 relativamente a 2015, que atingiu este ano o maior excedente comercial. “A balança de bens e serviços continua a apresentar valores mais positivos do que no ano transato, sobretudo na componente de serviços, alargando a vantagem sobre o período homólogo, de 759 para 942 milhões. A redução dos fundos europeus, devido à falta de contrapartidas nacionais, explica a diminuição do excedente da balança de capital“, explica o Fórum para a Competitividade.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa (mariana.barbosa@eco.pt)

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