Fórum para a Competitividade: “2016 foi um ano perdido”

As críticas são várias à política atual, mas alargam-se aos últimos 16 anos da política económica portuguesa.

“A estagnação não é inevitável”, afirmou Pedro Braz Ferreira, do Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa, esta quinta-feira. Mas “2016 foi um ano perdido”. O investigador da Católica Lisbon School of Business and Economics considerou que Portugal foi vítima da globalização porque não soube dar resposta.

A principal crítica, feita no estudo apresentado “Os próximos 10 anos – Um cenário de mudança radical – Metas macroeconómicas 2017-2026”, foi direcionada à falta de qualificação do mercado de trabalho: “Estamos bem posicionais em termos internacionais nas infraestruturas, mas não na qualificação”, argumentou Pedro Braz Teixeira, criticando os programas Novas Oportunidades e semelhantes. “Não podemos continuar a gastar rios de dinheiro em pseudo formação”, atirou.

Não podemos continuar a gastar rios de dinheiro em pseudo formação.

Pedro Braz Teixeira

Investigador, Fórum para a Competitividade

O investigador identificou, no seminário do Fórum para a Competitividade, o problema da dimensão das empresas e respetivo emprego. “45% do emprego está em microempresas em comparação com 29% na União Europeia”, explicou Pedro Braz Teixeira, referindo que Portugal “tem excesso de emprego nas microempresas e um défice de emprego nas grandes empresas”.

Existem vários grupos de trabalho que vão detalhar que propostas podem oferecer as mudanças que o Fórum aconselha neste estudo.

O Fórum para a Competitividade refere no estudo que o Portugal foi o país da União Europeia onde o peso da despesa pública mais cresceu entre 1986 e 2010. O resumo executivo considera que a despesa cresceu “antes das receitas o permitirem”. Nesse período o peso subiu de 36% para 50% do PIB.

Evolução do PIB Potencial

Em mil milhões de euros
Em mil milhões de euros Fonte: Ameco

Previsões para o PIB Potencial do Conselho de Finanças Públicas

Previsões do Conselho de Finanças Públicas, em percentagem.
Previsões do Conselho de Finanças Públicas, em percentagem.

Editado por Mónica Silvares

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