Potencial de crescimento em Portugal é de apenas 1,2%
Caso não sejam adotadas medidas para atrair investimento, Portugal não será capaz de crescer mais do que 1,2%, alerta o Fórum para a Competitividade. Reformas impostas pela troika foram insuficientes.
“As reformas impostas pela troika foram insuficientes, quer no seu projeto inicial quer na sua dificultada execução”, e o potencial de crescimento atual “é de apenas 1,2%”, defende o Fórum para a Competitividade no estudo que vai ser apresentado esta tarde, e a que o ECO teve acesso.
Caso nada seja feito, Portugal caminhará para um “empobrecimento irreversível” face à Europa, vaticina o estudo que defende a necessidade imperiosa de Portugal “passar a crescer, pelo menos, em média, 3% ao ano” para que seja possível compensar a estagnação dos últimos 16 anos, diminuir o desemprego, aumentar os salários reais e o nível de vida, preservar o essencial do Estado social, convergir com os países mais prósperos da UE, reforçar o sistema financeiro e dar sustentabilidade à dívida externa e à dívida pública.
E, para crescer em média 3% ao ano, é fundamental “angariar investimento estrangeiro exportador”, o que implica “uma diminuição genérica dos custos de contexto” e um foco “na formação genuinamente qualificante“. Segundo o Fórum para a Competitividade, uma tal meta de crescimento entre 2017 e 2026 permitiria uma quebra do desemprego para 6,7% em 2026, uma subida dos salários reais de 15,7%, em termos acumulados, uma progressão das exportações de 42,7% em 2015 para 48,4% do PIB em 2026 e ainda uma subida do investimento de 16,1% em 2015 para 20% do PIB em 2026.
O estudo aponta ainda o dedo ao facto de Portugal ter tido “a pior década e meia de crescimento económico dos últimos cem anos”. Juntamente com a Grécia, foram os únicos países, entre os mais pobres, que divergiram da média europeia e foi ultrapassado por seis dos novos membros da UE.
Portugal cometeu o erro estratégico de ignorar o difícil desafio da globalização e colocar a ênfase na procura interna, “com os piores resultados possíveis: um endividamento externo galopante de 8% para mais de 100% do PIB e que levou a necessidade de auxílio à troika”, lamenta o Fórum.
Este estudo, “Os próximos 10 anos – Um cenário de mudança radical – Metas macroeconómicas 2017-2016”, vai ser apresentado na tarde desta quinta-feira, às 18h00 no CCB, em Lisboa.
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