“É momento de combater divergências para enfrentar crise na UE”, diz Von der Leyen
“É o momento de combater as divergências e as disparidades entre as diferentes partes da Europa e de não deixar nenhum país e nenhuma região para trás”, disse a presidente da Comissão Europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu, este sábado, ser “momento de combater divergências” para reagir à crise da pandemia de Covid-19 na União Europeia (UE), apelo partilhado pelos líderes do Conselho e do Parlamento Europeu.
“É o momento de combater as divergências e as disparidades entre as diferentes partes da Europa e de não deixar nenhum país e nenhuma região para trás”, declarou Ursula von der Leyen, falando por videoconferência numa cimeira económica organizada pelo Governo italiano, a partir de Roma.
A líder do executivo comunitário vincou ser “o momento de unir forças e reagir” à crise económica causada pelo surto, num claro apelo aos líderes europeus para consenso no que toca às propostas apresentadas no final de maio pela Comissão Europeia, para a criação de um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros para reparar os danos provocados pela pandemia da Covid-19 e de um Quadro Financeiro Plurianual revisto para 2021-2027 no valor de 1,1 biliões de euros.
No que toca ao fundo, a proposta prevê que, do montante global a ser angariado pela própria Comissão nos mercados, 500 mil milhões sejam canalizados para os Estados-membros através de subsídios a fundo perdido, e os restantes 250 mil milhões na forma de empréstimos.
Portugal poderá arrecadar um total de 26,3 mil milhões de euros, 15,5 mil milhões dos quais em subvenções e os restantes 10,8 mil milhões sob a forma de empréstimos (voluntários) em condições muito favoráveis, mas a decisão sobre o aval da proposta cabe aos líderes europeus.
O Fundo de Recuperação da UE, designado como Next Generation EU, traduz-se num instrumento de emergência criado após a crise gerada pela pandemia, através do qual Bruxelas recorre aos mercados para aumentar o seu poder financeiro para depois canalizar fundos para os países através de subsídios ou empréstimos.
Também presente nesta iniciativa por videoconferência, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, declarou que “os cidadãos provaram estar à altura do desafio” gerado pela pandemia, em termos sanitários. “Cabe-nos agora a nós, líderes políticos, fazer o mesmo na fase de recuperação […] e é isso que os 27 chefes de Estado ou de Governo têm agora de fazer a nível europeu: chegar a acordo sobre o plano de estímulo económico, elaborado pela Comissão Europeia a pedido do Conselho”, apelou o responsável.
Charles Michel disse também que, no início da pandemia, se falava que “a Europa iria suspender as suas ambições, talvez até esquecê-las completamente”. “Isso não faria qualquer sentido”, vincou, argumentando que, “pelo contrário, a crise da covid-19 mostrou claramente a necessidade de reconfigurar as economias e sociedades” comunitárias.
Já o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, afirmou que “a UE está a indicar em que porto se deve atracar”, pelo que apelou a que os líderes europeus “estabeleçam o rumo e segurem firmemente a mão no leme”. “Juntos devemos construir uma nova identidade para o nosso continente”, concluiu.
Estas propostas apresentadas pela Comissão Europeia serão debatidas numa cimeira de líderes a realizar-se na próxima sexta-feira, mas deverá ser necessária outra, talvez em julho, para alcançar um acordo sobre o plano de recuperação.
A pandemia de Covid-19 já provocou quase 423 mil mortos e infetou mais de 7,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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