Fundo de Resolução junta-se ao ministro nas críticas a Ramalho: “É absolutamente extemporâneo fazer previsões”
Presidente do Novo Banco disse que vai pedir mais dinheiro ao Fundo de Resolução do que o previsto devido ao impacto da pandemia. Depois de João Leão, agora é Máximo dos Santos a criticar Ramalho.
As declarações do presidente do Novo Banco sobre a necessidade de rever em alta as necessidades de capital a pedir ao Fundo de Resolução por causa da pandemia de Covid-19 também não caíram muito bem junto do organismo liderado por Máximo dos Santos, que se junta às críticas dirigidas pelo novo ministro das Finanças, João Leão, a António Ramalho.
Ao ECO, o Fundo de Resolução afirmou que “é absolutamente extemporâneo fazer previsões sobre o valor que pode vir a ser pago pelo Fundo de Resolução em 2021 com base nas contas do Novo Banco de 2020″, isto depois de questionado sobre se sabia qual o valor estimado pelo banco para a injeção de capital antes e após o Covid-19.
Em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, António Ramalho adiantou que o dinheiro a injetar pelo Fundo de Resolução, ao abrigo do mecanismo de capital contingente, vai ser maior do que o previsto inicialmente por causa da “deterioração das condições económicas” em resultado da pandemia. “Nós tínhamos um capital que esperávamos ir buscar antes do Covid-19 e [agora] há um capital que estimamos que possamos ter que necessitar no final do ano, depois do Covid-19″, disse.
Estas afirmações serviram de rastilho para uma nova vaga de críticas ao Novo Banco, quase mês e meio depois de o banco ter sido protagonista na polémica transferência autorizada por Mário Centeno sem o conhecimento do primeiro-ministro.
Quando “leu a notícia” de que o banco vai precisar de mais dinheiro do que o previsto, o Presidente da República ficou “estupefacto”. Da esquerda à direita, os partidos políticos voltaram a questionar o contrato de venda do Novo Banco aos americanos do Lone Star (que entretanto chegou ao Parlamento). Esta terça-feira, o novo titular da pasta das Finanças atirou diretamente contra António Ramalho. “Penso que as questões colocadas pelo presidente do Novo Banco são nesta fase extemporâneas. O senhor presidente do Novo Banco deve, nesta fase, concentrar-se em gerir bem o Novo Banco até ao final do ano“, disse João Leão no Parlamento.
É absolutamente extemporâneo fazer previsões sobre o valor que pode vir a ser pago pelo Fundo de Resolução em 2021 com base nas contas do Novo Banco de 2020.
A estas críticas junta-se agora o Fundo de Resolução, que controla 25% do capital do Novo Banco e quem tem a responsabilidade de fazer as injeções na instituição, num novo episódio de divergência com a administração de António Ramalho.
Anteriormente, as duas partes já haviam chocado de frente em relação a uma questão contabilística no valor 200 milhões de euros e cujo conflito está agora a ser resolvido por um tribunal arbitral, como prevê o acordo de capital contingente.
Mais recentemente, aquando da última injeção para o Novo Banco, o Fundo de Resolução abateu dois milhões de euros ao cheque transferido para o banco por não concordar com o bónus diferido no mesmo montante que foram atribuídos à administração. A nova polémica prossegue dentro de momentos.
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