Geração Z quer valorização e mais desafios profissionais
Os jovens nascidos entre 1995 e 2012 procuram hoje mais desafios profissionais e empresas que tenham uma cultura de flexibilidade laboral e, principalmente, políticas de impacto social e humano.
O enriquecimento profissional e os novos desafios profissionais são as prioridades da Geração Z — que integra os jovens nascidos entre 1995 e 2012 –, revela um estudo da empresa de recrutamento Michael Page sobre esta geração em Portugal. Desta geração fazem parte os jovens que estão agora a terminar os estudos, na maior parte dos casos, ou integraram recentemente o mercado de trabalho. São críticos, curiosos e procuram empresas que lhes permitam ter um impacto positivo na sociedade e no mundo.
A maior parte dos inquiridos encontra-se atualmente numa situação de contrato permanente (21,8%) ou de contrato por tempo limitado (21,3%), sendo os restantes ainda estudantes ou em situação de desemprego.
Geração Z quer diversidade e estabilidade
Como atrair e reter estes jovens, que em muitos casos estão a terminar os estudos? O estudo revela que quase 60% dos inquiridos deposita a sua total confiança nos websites das empresas, sendo que os portais de emprego, como é exemplo o LinkedIn (49,6%), ou os contactos e referências, também são apontados como fontes seguras (48,5%).
“O facto de estarem sempre conectados e de terem sido habituados a aceder a qualquer tipo de informação numa questão de segundos, despertou a curiosidade e o sentido crítico da Geração Z, cada vez mais ávida por novos estímulos”, refere Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page.
Entre três a quatro anos é o tempo ideal para trabalhar na mesma empresa, de acordo com 42,7% dos inquiridos, apesar de outros estudos apontarem que estes jovens são os menos interessados em trocar de empresa durante a sua carreira profissional.
Para a Geração Z, este período deve ser aproveitado para “enriquecer o seu CV em diferentes empresas e funções” e “enriquecer as suas competências” para conseguir alcançar “estabilidade”, refere a Michael Page. Ainda assim, mais de metade dos inquiridos afirma que o tempo máximo que permaneceria numa função que não é do seu agrado é entre seis meses e um ano.
A Geração Z é extremamente qualificada e representa uma enorme mais-valia para o mercado de trabalho, ainda que seja igualmente um desafio. As empresas devem ter presente que a sua cultura deve abranger problemáticas relacionadas com o impacto social e humano, inovação e flexibilidade laboral, caso contrário dificilmente conseguirão acompanhar e motivar o talento do futuro.
Para reter este talento, deve estar atento aos desafios constantes, pois para 57% dos inquiridos a “estagnação do seu percurso profissional” é a principal razão para deixarem um emprego. Para quase metade, é o facto de não se identificarem com os valores da empresa, sendo que 53% apontam que o que considera mais importante numa empresa é a “capacidade de inovar e criar novos serviços e ideias”.
Para a Geração Z, o meio de comunicação preferencial é o email (86,1%), seguido pelo contacto pessoal (62,6%) e o telefone (61,9%).
Uma geração qualificada e que procura desafios
A maioria dos inquiridos é do sexo feminino (74,4%) e tem a licenciatura como grau de formação (42,5%), sendo que a segunda habilitação académica com mais respostas foi mestrado (30,2%). A experiência profissional situa-se entre um a dois anos e mais de metade tem um salário bruto anual abaixo dos 14.000 euros.
Para o futuro, a maioria ambiciona ter entre dois a cinco projetos relacionados com a sua área principal de especialização na carreira. “A Geração Z é extremamente qualificada e representa uma enorme mais-valia para o mercado de trabalho, ainda que seja igualmente um desafio. As empresas devem ter presente que a sua cultura deve abranger problemáticas relacionadas com o impacto social e humano, inovação e flexibilidade laboral, caso contrário dificilmente conseguirão acompanhar e motivar o talento do futuro”, sublinha Álvaro Fernández.
O facto de estarem sempre conectados e de terem sido habituados a aceder a qualquer tipo de informação numa questão de segundos, despertou a curiosidade e o sentido crítico da Geração Z, cada vez mais ávida por novos estímulos.
Cerca de 31,8% dos inquiridos afirma que ambiciona ter um impacto positivo na sociedade, enquanto 25,2% quer viajar e conhecer o mundo. Os temas que mais preocupam esta geração são, por ordem, a desigualdade salarial, a distribuição de riqueza, as alterações climáticas e a corrupção em empresas ou no Governo.
O estudo reuniu 333 inquiridos entre os 20 e os 25 anos, em diferentes situações profissionais, sobre temas como a procura de emprego, perspetivas laborais e progressão da carreira, entre outros.
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