“É óbvio que não temos condições para pagar a dívida em seis meses”, diz presidente executivo da TAP
O presidente-executivo da TAP espera uma posição "extremamente dura" da Comissão Europeia e diz que, "obviamente", a companhia não conseguirá pagar o empréstimo em seis meses.
O presidente-executivo da TAP afirma que a companhia aérea não conseguirá pagar o empréstimo concedido pelo Estado em seis meses, o prazo definido pela Comissão Europeia. A ser ouvido no Parlamento, Antonoaldo Neves disse ainda que está a contar com uma “posição extremamente dura” por parte da Comissão Europeia, mas garante que “a comissão executiva vai lutar até ao final”.
“A Comissão Europeia requer uma maturidade de seis meses. É óbvio que não temos condições de pagar a dívida daqui a seis meses”, disse Antonoaldo Neves esta terça-feira, durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, referindo-se ao empréstimo de 1.200 milhões de euros que está a ser negociado com o Estado para salvar a companhia aérea da falência.
Segundo o presidente-executivo da TAP, “o importante agora é não deixar passar” esse prazo de seis meses para apresentar o plano de reestruturação pedido pela Comissão Europeia. “Importa ter o plano pronto em 60 ou 90 dias, para que seja apresentado à Comissão Europeia daqui a três meses”.
Sobre a posição da Comissão Europeia relativamente às contrapartidas que serão pedidas à TAP em troca do empréstimo estatal, Antonoaldo Neves disse: “Eu espero uma Comissão Europeia extremamente dura com a TAP”. “Não tivemos oportunidade de participar nos diálogos e, na nossa visão, a Comissão Europeia podia ter-nos dado um caminho diferente, mais atrativo”, continuou.
Nesse sentido, o responsável garantiu que a comissão executiva da TAP vai ser “decisiva na discussão com a Comissão Europeia”. “Não tenham dúvidas de que a comissão executiva vai disputar até ao final e (…) lutar até ao fim para a Comissão Europeia dê à TAP exatamente o mesmo que deu a outras companhias aéreas”, continuou. “Não aceito que a TAP seja descriminada”, sublinhou.
Na mesma audição, Antonoaldo Neves adiantou ainda que o empréstimo de até 1.200 milhões não foi a única ajuda pedida ao Estado. Foram também pedidas outras “medidas específicas para o setor”, como o alívio das taxas aeroportuárias, prazos diferentes para o pagamento das taxas de navegação ou uma revisão ao código laboral. “Todos vamos ter de contribuir nesta restruturação”, disse.
(Notícia atualizada às 14h com mais informação)
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