STCP fecha 2019 com resultado operacional negativo de 1,2 milhões
Sociedade de Transportes Coletivos do Porto apesar de ter transportado mais passageiros o ano passado, apresentou um resultado operacional negativo de 1,2 milhões de euros.
A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) transportou em 2019 um total de 76,7 milhões de passageiros, mais 4,5% do que no ano anterior, registando, porém, um resultado operacional negativo de 1,2 milhões de euros.
De acordo com a nota divulgada esta terça-feira, após a Assembleia-geral que decorreu por videoconferência, foram aprovadas as contas individuais e consolidadas relativas ao ano de 2019 que regista um crescimento da procura e da receita.
O ano passado, a STCP transportou “um total de 76,7 milhões de passageiros, o que corresponde a um crescimento de 4,5% (3,3 milhões) quando comparado com o ano anterior”.
Este crescimento explica-se essencialmente pela disponibilização das novas tarifas sociais, que entraram em vigor em 01 de abril de 2019, no âmbito do Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART), que contribuíram para “incentivar a procura do transporte público”, assinala a empresa em comunicado.
Em termos de receita, a STCP atingiu um valor de 49,5 milhões de euros, representando assim um aumento de 3,4% face a 2018, mantendo a tendência de crescimento pelo quarto ano consecutivo.
Ainda de acordo com a informação divulgada, a empresa de transportes públicos encerrou o ano de 2019 com o EBITDA recorrente positivo (resultado sem depreciações) de 3,5 milhões de euros, representando uma melhoria face a 2018 de 1,5 milhões de euros (80%).
Já o resultado operacional corrente foi negativo em 1,2 milhões de euros, mas apresentou, contudo, uma melhoria de 521 mil euros (30%) face a 2018.
Também o resultado líquido foi negativo em 3,2 milhões de euros, tendo registado um agravamento de 1,3 milhões de euros (74%) face ao ano anterior.
Num comunicado, a empresa salienta ainda que o ano de 2019 ficou marcado pela manifestação pelas partes interessadas – Estado, Área Metropolitana do Porto e os seis municípios servidos pela rede de transporte da empresa – Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Valongo e Vila Nova de Gaia – e STCP, de proceder à Intermunicipalização da STCP, cuja operacionalização foi, entretanto, adiada.
A operadora de transporte público refere ainda que, durante o ano passado, foi realizado ainda um investimento de 16,3 milhões de euros, valor que compara com 14,7 milhões do ano anterior, destacando a aquisição de novos autocarros, “no âmbito do programa de renovação da frota, que representa 81% do total do investimento realizado”.
De acordo com a STCP, no âmbito do programa de renovação da frota, iniciado em 2018, no final do ano estavam rececionados 15 autocarros elétricos, a totalidade da encomenda, e 94 autocarros a gás natural, completando 109 novos autocarros (58%) do total dos 188 previstos para a primeira fase de renovação da frota de autocarros da STCP.
Já a construção do novo posto de abastecimento de gás natural na Estação de Recolha de Francos e a instalação de postos de carregamento de energia elétrica, correspondem a 16% do total de investimento.
Na nota hoje divulgada, o maior operador de transportes públicos na Área Metropolitana do Porto salienta que “continuou a assentar a sua atividade na qualidade da gestão dos seus recursos humanos, integrando o seu quadro de pessoal (não incluindo órgãos sociais), a 31 de dezembro de 2019, 1.289 trabalhadores, o que corresponde a um aumento de efetivo face ao período homólogo de 2018, de 18 (dos quais 10 Motoristas + 2 Guarda-Freios), registando-se um rejuvenescimento da força de trabalho da empresa”.
Os trabalhadores da STCP estão hoje em greve para reivindicar melhores condições laborais, não tendo estabelecidos pelo Tribunal Arbitral quaisquer serviços mínimos para as 73 linhas da rede STCP, o que levou a empresa a alertar para eventuais perturbações no serviço.
Esta paralisação acontece numa altura em que o contrato de intermunicipalização da STCP para os municípios já foi assinado pelas seis autarquias, faltando agora o visto do Tribunal de Contas para concluir a transferência da propriedade para as autarquias.
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