VdA, Abreu, Vaz Serra e RPS Advogados e sócio da ML alvos de Rui Pinto. Investigação já corre no DCIAP

A acusação relativa ao hacker português revela que houve mais 33 entidades vítimas de pirataria. Cinco são escritórios de advogados. Certidões já foram extraídas e processo está no DCIAP.

A Vieira de Almeida, Abreu Advogados, Carlos Osório de Castro (sócio da Morais Leitão), Vaz Serra e RPS Advogados foram também alvo de pirataria pelo hacker português Rui Pinto. No total, é uma lista de 33 entidades — públicas e privadas — que deram origem a um novo processo, cujas certidões foram extraídas do Football Leaks.

Ministério da Justiça, Rede Nacional de Segurança Interna, Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, Liga Portuguesa de Futebol, Atlético de Madrid, Leixões, Urbinvest, Landscape, Fidequity, SIGA, Sable, Grupo Fosun, IURD, Vilarreal, Shaktar, FIFA, UEFA, Benfica, Barcelona, Manchester City, Real Madrid, Inter de Milão, Juventus, Ajax, Club Desportivo Nacional, Futebol Clube do Porto, Record, Correio da Manhã são os restantes nomes constantes na acusação, a que o ECO/Advocatus teve acesso.

Ao todo, são mais de 500 vítimas do pirata informático, que acedeu aos seus discos externos e computadores, todos apreendidos ao criador do Football Leaks na Hungria, pela Polícia Judiciária (PJ).

No despacho do Ministério Público (MP) pode ler-se que os magistrados decidiram adiar a investigação relativa a este material devido ao prazo apertado para deduzir a acusação no processo inicial que revelou que Rui Pinto terá acedido a material da Doyen Sports Investments e invadido os sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da Procuradoria geral da República e do escritório de advogados PLMJ. Daqui saiu uma nova investigação e um novo inquérito que neste momento corre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). O Ministério Público queixa-se ainda, nesse despacho, de não ter ainda conseguido decifrar o conteúdo de muito material informático, já que se encontra encriptado.

“No âmbito da presente investigação [Football Leaks], designadamente, da análise ao material informático apreendido ao arguido Rui Pinto, apurou-se indiciariamente que o arguido, para além dos acessos indevidos às entidades e caixas de correio constantes desta acusação”, pode ler-se no despacho com a data de 25 de junho, “acedeu igualmente a sistemas informáticos e caixas de correio de muitas outras entidades públicas e privadas“, elencando de seguida a lista das 33 entidades.

“Atento ao curto período de investigação (considerando os prazos máximos da prisão preventiva) e a elevadíssima extensão de acessos, não se mostrou possível, esgotar a investigação no que concerne a estes”. Acrescentando que muitas dessa informação se encontra “cifrada, estando ainda decorrer diligências com vista à identificação da palavra-passe que permita o acesso aos respetivos conteúdos, desconhecendo a investigação, até ao momento, que outros elementos ali se possam encontrar”.

Football Leaks: em que fase está?

O julgamento de Rui Pinto começa a 4 de setembro, que neste momento se encontra em prisão domiciliária, e que responde por 90 crimes. Julgamento esse que terá, em média, três sessões por semana e durará até novembro. O coletivo de juízes será liderado por Margarida Alves que terá como adjuntos Ana Paula Conceição e Pedro Lucas, depois dos afastamentos dos juízes Paulo Registo e Helena Leitão.

Rui Pinto vai ser julgado por 90 crimes e não pelos 147 que constavam da acusação do MP: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão.

O arguido está em prisão domiciliária e proibição de acesso à Internet desde 8 de abril, depois de mais de um ano em prisão preventiva, desde 22 de março de 2019. Em 25 de junho último, o Tribunal Central Criminal de Lisboa manteve estas medidas de coação e admitiu os quatro pedidos de indemnização apresentados contra o criador do Football Leaks.

A juíza Margarida Alves aceitou também os quatro pedidos de indemnização civil apresentados pela Doyen, neste caso contra Rui Pinto e Aníbal Pinto, e por Rui Costa Pereira, Inês de Almeida Costa e João Medeiros, ex-advogados da sociedade PLMJ, atualmente na VdA, advogados do Benfica.

Em setembro de 2019, o MP acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Plataforma Score e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.

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