Pandemia trava crédito da casa para mínimos de agosto
Os bancos concederam 792 milhões de euros em novo crédito para a casa em maio. Trata-se de um mínimo desde agosto, com os portugueses a suspenderem decisão de adquirir habitação devido à pandemia.
Os efeitos da pandemia estão a ditar uma travagem gradual na concessão de crédito à habitação em Portugal. Em maio, mês marcado já pelo início do desconfinamento, o montante dos novos empréstimos para a aquisição de casa caiu pelo quinto mês consecutivo para mínimos de agosto. Foram concedidos 792 milhões de euros com esse fim.
Dados divulgados pelo Banco de Portugal nesta sexta-feira apontam para que os portugueses tenham ido buscar à banca 792 milhões de euros para comprar casa, em maio. Este valor corresponde a uma redução de 39 milhões de euros (-4,7%) face aos 831 milhões de euros que se tinham verificado no mês anterior. Em termos homólogos, a tendência também foi de quebra, com o valor concedido a cair para mínimos de três anos. A redução foi de 14,5%, com menos 134 milhões de euros disponibilizados.
No caso do crédito à habitação os efeitos da pandemia ainda parecem contido, situação que poderá resultar da existência de processos de financiamento em curso.
Crédito ao consumo e para outros fins acelera em maio
Contrariamente à habitação, o mês de maio foi marcado por uma subida mensal no montante do crédito ao consumo. Foram concedidos 232 milhões com esse fim, 31% acima dos 177 milhões disponibilizados em abril. Em termos homólogos, houve, contudo, uma quebra acentuada. Face aos 435 milhões registados em maio de 2019, a redução foi de 46,7%. Em termos homólogos, será necessário recuar seis anos, até 2014, para assistir a um mês de maio em que tenha sido disponibilizado tão pouco crédito para consumo.
Evolução do novo crédito às famílias desde 2014
Fonte: Banco de Portugal
Já os novos empréstimos às famílias com outros fins, que não habitação e consumo, totalizaram 157 milhões de euros, em maio. Trata-se de uma subida de quase 19,8% face aos 131 milhões registados em abril. Comparativamente ao mesmo mês de 2019, contudo, houve um corte de 11,8%.
Somando todas as finalidades, em maio, os portugueses foram buscar à banca 1.181 milhões de euros em financiamento. Ou seja, mais 43 milhões de euros do que em abril, valor que foi impulsionado precisamente pelos novos créditos para consumo e outros fins.
(Notícia atualizada às 11h27)
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