O BMW X3 estará disponível a partir do último trimestre de 2020 e será o primeiro modelo da marca a estar disponível nas motorizações a gasolina, diesel, híbrido e totalmente elétrico.
“O futuro será, sem dúvida, mais verde”. A promessa é do italiano Massimo Senatore, diretor-geral da BMW Portugal, em entrevista por escrito ao ECO/Capital Verde. Na visão do responsável da construtora alemã para o mercado português, a atual pandemia de Covid-19 não obrigará a uma mudança na estratégia da marca, mas sim a um reforço da “mobilidade do futuro”.
“Temos um mercado maioritariamente empresarial que, de forma gradual, começa a ter uma visão mais ecológica do papel que as frotas desempenham nas suas organizações”, garante Senatore.
As vendas de carros caíram a pique no primeiro semestre de 2020 e a BMW confirma que a atual situação do mercado dificulta bastante a previsão do desempenho comercial para o exercício financeiro de 2020. “Estamos a fazer o máximo para criar medidas de contenção, de maneira a evitarmos um impacto ainda mais negativo nas vendas do grupo. Apesar de os sinais não serem animadores no nosso setor, continuamos bastante empenhados em assegurar a sustentabilidade do negócio”, diz o diretor-geral da BMW Portugal.
Que avanços está a fazer a BMW em termos de mobilidade elétrica ou com emissões reduzidas?
Enquanto fornecedor de mobilidade elétrica no segmento premium, o BMW Group tem vindo a fazer um caminho pioneiro no sentido de promover a mobilidade do futuro, com a mobilidade elétrica como um dos eixos-chave, na defesa de uma economia verde e na aposta na conservação e valorização dos recursos naturais, assente num modelo empresarial consciente e de baixo impacto ecológico. Na liderança desta revolução tecnológica, continuamos a trabalhar no aumento da oferta da produção de veículos híbridos, totalmente elétricos ou plug-in. Foi este pensamento que nos trouxe a abordagem “Power of Choice”: um conceito polivalente e abrangente do futuro da mobilidade e que assume forma com o lançamento do novo BMW iX3.
O que o diferencia?
O BMW X3 será o primeiro modelo da marca a estar disponível nas motorizações a gasolina, diesel, híbrido e totalmente elétrico, dando ao consumidor poder de escolha. O consumidor tem assim a possibilidade de escolher a motorização que melhor satisfaz as suas necessidades. Este ano tem sido fulcral para a mobilidade elétrica do grupo: anunciámos o objetivo de lançarmos no mercado um total de 25 modelos eletrificados, até 2023 – dois anos antes do que tínhamos inicialmente previsto – e mais de metade dos quais será 100% elétrica. Este ano lançámos o primeiro modelo MINI 100% elétrico, o MINI Eletric e anunciámos o lançamento de 12 veículos híbridos plug-in.
Será lançado este ano?
O novo BMW X3 estará disponível a partir do último trimestre deste ano, com quatro variantes diferentes de transmissão: diesel e gasolina eficientes, híbrido plug-in e com o BMW iX3, o primeiro SUV totalmente elétrico, que irá usufruir de uma autonomia de, pelo menos, 440 km (WLTP), e um consumo energético combinado que poderá ficar abaixo dos 20 kWh/100 km. Com tração traseira, o motor elétrico está localizado sobre o eixo traseiro e disponibiliza 286 cv (210 kW). O novo modelo irá começar a ser produzido durante este verão, sendo o primeiro modelo da nova gama de veículos elétricos da BMW, alinhado com a nossa estratégica de eletrificação. Acreditamos que o fator decisivo para garantir o nosso futuro é sermos capazes de desenvolver veículos altamente complexos e conectados digitalmente, através de uma vasta gama entre elétricos, movidos a combustão interna ou híbridos, para que possam responder às necessidades da sociedade de cada mercado.
Como é que uma marca automóvel como a BMW faz a transição de uma imagem de potência associada ao diesel e gasolina para a nova geração elétrica e um conceito mais verde?
Não diria que um é impeditivo do outro. Para a BMW, a tecnologia é chave para suportar toda a estratégia da mobilidade do futuro e, concretamente, para a capacidade de os veículos serem mais ecológicos. Não só a engenharia e a tecnologia são colocadas ao serviço da mobilidade elétrica, como esse trabalho é pensado e desenvolvido para que nunca fiquem comprometidos o design, a performance e o prazer de condução tão característico da nossa marca. Como referi, este é um caminho que o grupo tem vindo a fazer de forma pioneira, e não há qualquer razão para que esse percurso não continue a ser feito com sucesso.
O que está a BMW a fazer em termos de soluções de conectividade e interação dos veículos com a cidade, tendo em conta as necessidades de mobilidade urbana?
A criação da nossa joint venture tecnológica, Critical TechWorks, em Portugal veio reafirmar o nosso posicionamento enquanto um dos fabricantes automóveis líderes em tecnologia, software e conectividade, particularmente, em território nacional. Ao longo dos anos, temos feito um enorme investimento em inovação, nomeadamente, através da implementação e integração de aplicações compatíveis com 5G nos nossos modelos. Isso fará do BMW Group a primeira marca de automóveis premium do mundo a oferecer a nova tecnologia móvel num dos seus modelos. Esta tecnologia abre caminho para um novo nível, sem precedentes, de conectividade e troca de dados em alta velocidade, que será um fator diferencial e essencial para o desenvolvimento e implementação da condução autónoma.
Que parceria estabeleceram com a Samsung, para a aplicação da tecnologia 5G na comunicação entre automóveis e infraestruturas portuguesas?
Em colaboração com a HARMAN Samsung, estamos a integrar esta nova geração 5G na arquitetura de sistema elétrico dos veículos. Este facto, irá fazer com que o BMW Group e a HARMAN Samsung sejam pioneiras na oferta de um suporte ao Sistema Global de Navegação por Satélite (SNS) de alta precisão. Através da tecnologia 5G, iremos estabelecer novos padrões em termos de mobilidade, eficiência, alcance e livre de emissões, uma visão do futuro antecipada com o BMW Concept i4, que já tem produção prevista a partir de 2021.
Como é que em Portugal os automóveis já comunicam com as cidades? Pode dar exemplos?
Em Portugal, a comunicação com as cidades já é feita através dos sistemas de assistência à condução, tais como: leitura de sinais de trânsito, incluindo aviso de circulação em contramão, adaptação às velocidades recomendadas automaticamente, deteção de peões e ciclistas, e leitura das faixas de rodagem. Também já se encontra disponível o serviço BMW Connected Charging, que permite ao condutor visualizar o estado de carga da sua bateria e localizar os postos de carregamento mais próximos, bem como saber se estes estão disponíveis, através do visor de informações central ou da aplicação. No futuro, esperamos ter igualmente disponível no nosso mercado o BMW Connected Parking, que ajuda a encontrar possíveis lugares de estacionamento; o BMW Connected Navigation, que adapta todos os sistemas do veículo de acordo com o mapa de navegação e o serviço BMW eDriveZones, que permite a ativação automática do veículo para o modo totalmente elétrico quando este entra em zonas de baixa emissão ou zero emissão.
No que consiste o projeto Project Electric Drive, que permite a ativação elétrica automática para o modo totalmente elétrico quando o veículo entra em zonas de baixa emissão?
Em resposta à crescente limitação de acesso a zonas de baixa emissão dentro das cidades, que beneficiam veículos menos poluentes, temos como plano alargar a todos os mercados um conjunto de tecnologias pensadas para promover uma condução mais ecológica dentro das cidades.
Uma dessas tecnologias, referida anteriormente, é o BMW eDrive Zones, um sistema que permite que os automóveis BMW passem automaticamente para o modo elétrico assim que entram numa zona de zero emissões. Este sistema inovador está a ser introduzido nos nossos modelos PHEV, para permitir que os veículos híbridos Plug-in se comportem exatamente como veículos elétricos em áreas designadas para tal, o que irá contribuir para reduzir ainda mais as emissões e eliminar constrangimentos de mobilidade aos nossos condutores. As zonas de eDrive são destacadas no GPS do automóvel e, no caso de a bateria estar a terminar, a mudança do motor de combustão é indicada no painel do veículo. O BMW eDrive Zones já é uma realidade em países como Alemanha, Áustria, Suíça, Holanda, Bélgica e França, com presença em cerca de 80 cidades, e a expectativa é a de que cada vez mais países adotem esta tecnologia, nomeadamente Portugal (ainda sem data prevista), de modo a potenciar a utilização de veículos eletrificados nos principais polos urbanos. Ainda neste âmbito, estamos a testar a aplicação BMW Points, que funciona como um fator motivacional para a adoção de uma condução mais ecológica, atribuindo pontos aos condutores de acordo com a preferência por uma condução mais ecológica. Os quilómetros conduzidos em modo elétrico são convertidos em pontos, que podem depois ser rebatidos em carregamento da bateria na rede de carregamento móvel Charge Now da BMW, por exemplo.
Pode ser útil em Lisboa, com a nova zona de emissões zero na Baixa e Chiado?
As vantagens deste tipo de serviços para uma cidade como Lisboa são óbvias, nomeadamente no âmbito do Compromisso Lisboa Capital Verde Europeia 2020, uma iniciativa da qual a BMW Portugal é subscritora, e a qual em muito poderia beneficiar de serviços como o eDriveZones.
De que forma a pandemia de Covid-19 afetará as vendas da BMW?
A atual situação do mercado dificulta bastante a previsão precisa do nosso desempenho comercial para o exercício financeiro de 2020. Estamos a fazer o máximo para criar medidas de contenção, de maneira a evitarmos um impacto ainda mais negativo nas vendas do grupo. Apesar de os sinais não serem animadores no nosso setor, continuamos bastante empenhados em assegurar a sustentabilidade do negócio, como é expectável.
Com a atual pandemia, não antecipo uma mudança na estratégia da marca, mas antes a continuidade – ou, eventualmente, até o reforço –, do caminho que temos vindo a desenvolver no sentido da mobilidade do futuro, nomeadamente através do desenvolvimento de produtos e tecnologia que simplifiquem a vida das pessoas e, ao mesmo tempo, as tornem mais seguras. O futuro será, sem dúvida, mais verde. Temos um mercado maioritariamente empresarial que, de forma gradual, começa a ter uma visão mais ecológica do papel que as frotas desempenham nas suas organizações.
Evolução para modelos elétricos e a hidrogénio vai acelerar?
Em relação ao hidrogénio, há mais de 30 anos que o BMW Group se concentra no seu uso enquanto fonte de energia. Em 2022, planeamos apresentar a próxima geração de sistemas de condução elétrica com células de combustível de hidrogénio, em pequenas séries de veículos, baseada no atual BMW X5. O BMW i Hydrogen NEXT antecipa uma visão inicial do que este modelo poderá vir a ser. O BMW Group começaria por oferecer veículos com células de combustível para os clientes a partir de 2025, mas o momento concreto depende muito dos requisitos do mercado e das condições gerais.
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Do diesel ao elétrico, até ao hidrogénio em 2025. Estes são os planos da BMW
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