Quem dá menos? Previsões para Portugal são cada vez mais pessimistas
A Comissão Europeia prevê gora uma quebra de 9,8% para a economia nacional, o cenário base mais pessimista. As projeções do Governo são as mais otimistas.
A Comissão Europeia reviu em baixa as previsões para o PIB nacional, nas projeções de verão, que apontam agora para uma contração de 9,8% este ano. Este número junta-se agora à lista de projeções de várias entidades, nacionais e internacionais, para a economia portuguesa, sendo das mais pessimistas.
A previsão do Governo é, atualmente, a que prevê uma contração menor da economia nacional. No Orçamento Suplementar apresentado pelo Executivo e que foi aprovado na semana passada na Assembleia da República, as previsões que servem de base para as medidas apontam para uma quebra de 6,9% do PIB este ano, e uma recuperação de 4,3%.
Seguem-se as projeções do Conselho de Finanças Públicas, que preveem uma contração de 7,5% no cenário base em 2020, e de 11,8% no severo. O organismo já se mostrou preocupado com otimismo das previsões que constam no documento apresentado pelo Governo, alertando que, se a contração da economia for mais intensa do que o previsto, “terá um efeito ainda mais desfavorável no comportamento dos agregados orçamentais”, na Análise da Revisão ao Orçamento do Estado para 2020.
Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) vê a economia portuguesa a encolher 8% este ano e a crescer 5% em 2021, segundo as previsões divulgadas em abril, no World Economic Outlook. Ressalve-se que a diferença temporal das previsões não permite compará-las diretamente, dada a rápida mudança da atual situação.
A partir daqui, todas as previsões indicam uma quebra superior a 9%, mesmo no cenário base. É o caso da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que lançou novas projeções em junho. A OCDE delineou dois cenários, sendo que, para Portugal, o mais otimista indica que a economia poderá recuar 9,4% este ano. Mas a quebra poderá chegar, no cenário mais pessimista para 2020, a uma recessão de 11,3%.
O Banco de Portugal (BdP) atualizou as previsões que tinha feito em junho, definindo também dois cenários. O base vê a economia a cair 9,5%, enquanto, no cenário adverso, o PIB contrai 13,1% em 2020. Já para 2021, antevê uma recuperação da economia portuguesa de 5,2% no primeiro cenário.
Contração na economia pode ir dos 6,9% aos 13,1%
Se tivermos apenas em conta os cenários base, a previsão da Comissão Europeia conhecida esta terça-feira é a mais pessimista, de 9,8%. No entanto, considerando a possibilidade de uma nova vaga do vírus ou de um agravar da situação, a projeção que aponta para uma maior contração é a do BdP, de 13,1%.
Bruxelas reviu em baixa três pontos percentuais a estimativa que tinha feito para a economia portuguesa nas previsões de primavera, sendo que o impacto do turismo estrangeiro no país foi uma das principais razões que motivou esta decisão. Já para o próximo ano, a previsão é de um crescimento de 6%.
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