Créditos para comprar carro disparam no mês do desconfinamento
Portugueses foram buscar aos bancos e financeiras 296,6 milhões de euros em empréstimos ao consumo em maio, com crédito automóvel a disparar 88% naquele mês.
O início do desconfinamento foi marcado por uma aceleração do crédito ao consumo. Em maio, os bancos e as financeiras disponibilizaram 296,6 milhões de euros em empréstimos para consumo, que recuperaram assim do mínimo de pelo menos sete anos registado no mês anterior, com o crédito para comprar carro a disparar 88%.
Dados divulgados pelo Banco de Portugal, nesta quarta-feira, indicam que em maio os portugueses foram buscar aos bancos e financeiras 296,6 milhões de euros em empréstimos para consumo. Trata-se de um acréscimo de mais de 93 milhões de euros (+46%) face aos 203,1 milhões de euros registados em abril, valor que marcou um mínimo de pelo menos sete anos influenciado pelo confinamento.
Com o início gradual da reabertura da economia em maio foi percetível uma recuperação, apesar de parcial, nos níveis de concessão nas diferentes tipologias de crédito ao consumo, que foi mais notória no crédito automóvel.
Crédito ao consumo recupera de mínimos em maio
Fonte: Banco de Portugal
O financiamento para a compra de automóvel disparou 88%, entre abril e maio, para 134,1 milhões de euros, com a reabertura dos stands. Esse foi aliás, o principal destino do dinheiro que os portugueses foram buscar aos bancos e às financeiras, representando mais de 45% do total do financiamento para consumo.
A categoria de outros créditos pessoais — que abrange, por exemplo, o financiamento para a aquisição de artigos para o lar, eletrodomésticos ou férias — foi destino de 119,5 milhões de euros, uma subida de 22% face ao verificado em abril.
Já o crédito pessoal com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos disparou 142,4%, entre abril e maio, mas absorvendo uma fatia de apenas 2,3 milhões de euros do total do crédito ao consumo.
No caso dos cartões de crédito também ocorreu uma recuperação nos níveis de concessão, com um total de 40,6 milhões de euros, 23% acima do verificado em abril.
Apesar da recuperação da concessão de crédito ao consumo verificada entre abril e maio, os níveis de concessão ficaram bastante aquém do registado no mesmo período do ano passado, face aos danos provocados pela pandemia na economia. O crédito ao consumo disponibilizado em maio ficou 55,9% aquém do montante registado no mesmo mês do ano passado.
Essa redução acontece num período em que a própria banca sinalizou estar a “cortar a torneira” dos empréstimos ao consumo. No último inquérito trimestral sobre o mercado de crédito, os bancos assumiram que no segundo trimestre “a proporção de pedidos de empréstimo rejeitados aumentou, em ambos os segmentos de crédito [empresas e particulares], mas especialmente no caso dos particulares, tanto para habitação como para consumo”, antevendo ainda “critérios mais restritivos no crédito a empresas, sobretudo PME, e no crédito ao consumo” no terceiro trimestre.
(Notícia atualizada às 11h55)
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