Acabar com debates quinzenais “é um enorme erro” que “pode ainda ser corrigido”
Catarina Martins considerou esta quarta-feira que acabar com os debates quinzenais com o primeiro-ministro no Parlamento "é um enorme erro" que "pode ainda ser corrigido" em plenário.
A coordenadora do Bloco de Esquerda considera que o fim aos debates quinzenais que foi alinhavado pelo PS e PSD representa “um enorme erro” que o Parlamento ainda vai a tempo de corrigir no plenário marcado para esta quinta-feira.
“O Parlamento foi o lugar da clareza das alternativas e do escrutínio publico fundamental. Num momento de crise, com uma recessão que trará enormes dificuldades e ainda mais exigência, secundarizar o Parlamento como PS e PSD pretendem fazer, ao diminuir o espaço de debate político no Parlamento, seja por iniciativa própria, seja para a discussão de petições de cidadãos, é um enorme erro”, afirmou Catarina Martins numa conferência de imprensa na sede do partido, transmitida pela TVI24.
“É perante a adversidade que o escrutínio, a alternativa e o debate se tornam ainda mais imprescindíveis. Um Governo fechado sobre si próprio terá sempre menos capacidade em responder aos enormes desafios destes tempos. Esse erro pode ainda ser corrigido e as votações desta quinta-feira são o momento para o fazer”, apelou a líder bloquista.
O fim dos debates quinzenais foi aprovado indiciariamente em grupo de trabalho pelo PS e PSD na terça-feira, levando a que o Governo tenha apenas de participar num debate parlamentar com o primeiro-ministro de dois em dois meses. Face a esta medida, o BE anunciou que vai avocar para discussão e votação em plenário a alteração ao regimento que levaria a esse efeito.
"Secundarizar o Parlamento como PS e PSD pretendem fazer, ao diminuir o espaço de debate político no Parlamento, seja por iniciativa própria, seja para a discussão de petições de cidadãos, é um enorme erro.”
Acordo europeu traz “chantagem acrescida” sobre Portugal
Na mesma ocasião, Catarina Martins aproveitou para criticar o acordo considerado histórico que foi alcançado pelos líderes dos países europeus na madrugada de terça-feira, ao fim de cinco dias de negociações intensas. Para o BE, o acordo traz “chantagem acrescida sobre o nosso país”.
“Foi aprovado um mecanismo de controlo no acesso aos fundos que potencia a chantagem e a ingerência dos países com economias beneficiadas pela moeda única sobre aqueles países que as regras do euro prejudicam. É importante notar a pressão do primeiro-ministro holandês para uma maior precarização da legislação do trabalho e para a privatização do sistema público de pensões. Toda a determinação será necessária para defender Portugal e quem aqui trabalha”, apontou.
Ao abrigo do novo fundo de recuperação da União Europeia, somando o novo quadro financeiro plurianual e os fundos comunitários que ainda faltam executar do anterior quadro, Portugal disporá de quase 58 mil milhões de euros em fundos para executar ao longo da próxima década, avançou o primeiro-ministro, António Costa, esta terça-feira.
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