Pandemia afunda lucros da Nos para 35 milhões no semestre
Miguel Almeida diz que este foi um dos semestres "mais desafiantes" da Nos. Empresa registou uma quebra de 61% nos lucros, penalizada pelos canais premium e o negócio empresarial.
A Nos a apresentou prejuízos no arranque do ano, castigada pela pandemia. A Covid-19 ainda pesou no segundo trimestre, mas a empresa conseguiu apresentar lucros de 35 milhões de euros, uma quebra de 61% face ao período homólogo. A operadora, que revelou sentir alguma recuperação com o desconfinamento, explica os números com o desempenho tanto dos canais premium como do negócio empresarial. E com o aumento dos incobráveis.
“O resultado líquido situou-se em 35 milhões de euros, valor que compara com 90,2 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2019”, diz a empresa em comunicado enviado à CMVM. “O EBITDA atingiu 310,6 milhões de euros, o equivalente a uma redução de 6,3%, com a margem EBITDA a melhorar 0,7 pp para 46,6%”, acrescenta.
“A queda nos resultados explica-se pelos efeitos da pandemia Covid-19, pelo aumento de custos não recorrentes, nomeadamente o aumento de provisões para fazer face ao aumento de dívidas incobráveis, efetuada no primeiro trimestre, entre outros“, nota a empresa. Além disso, o “contributo das empresas associadas deteriorou-se de forma significativa face ao período homólogo de 2019, com uma contribuição negativa da SportTV e da ZAP, devido ao registo de imparidades e provisões”, remata.
“Nas telecomunicações, apesar da estabilidade e resiliência demonstrada, os maiores impactos foram sentidos na receita de subscrição de canais premium, em particular dos canais de desporto (Sport TV, BTV e Eleven Sports) que foram disponibilizados aos clientes de forma gratuita e nas receitas provenientes do roaming internacional, fruto das restrições impostas às viagens internacionais”, explica.
"O semestre que agora terminou constituiu um dos momentos mais desafiantes na ainda curta história da Nos.”
Relativamente ao segmento empresarial, este “foi igualmente afetado, com algumas empresas a serem forçadas a reduzir os seus custos, tendo em conta a diminuição ou encerramento total das suas atividades, sobretudo no período de confinamento”.
Neste contexto, a que se junta a quebra da venda de equipamentos por causa das lojas fechadas e o impacto das restrições impostas pela pandemia ao negócios dos cinemas, a Nos “registou, no primeiro semestre, receitas totais de 666,6 milhões de euros, traduzindo-se num decréscimo de 7,6% face ao mesmo período de 2019. As receitas de telecomunicações decresceram 5% para 652,8 milhões de euros neste período”.
Futuro é desafiante, mas Nos promete investir
O “semestre que agora terminou constituiu um dos momentos mais desafiantes na ainda curta história da Nos”, diz Miguel Almeida, no comunicado enviado à CMVM, agradecendo a resposta dos colaboradores e parceiros que, diz, “foi absolutamente extraordinária”. Mas os desafios não acabaram, porque a pandemia continua.
“O futuro próximo continuará a ser desafiante, mas não nos vamos desviar um centímetro da nossa missão de servir os nossos clientes com produtos e serviços de qualidade que respondam às suas novas necessidades e superem as suas expectativas”, nota o CEO. “Nesse sentido, o nosso investimento nas mais recentes tecnologias e no lançamento de novas soluções será ainda mais reforçado“, diz.
“Apesar da crescente, incompreensível e absolutamente injustificada hostilidade regulatória para com o setor das comunicações eletrónicas, olhamos para o futuro com a certeza de que estamos preparados para contribuir para a recuperação económica, ao lado das famílias, instituições e empresas”, acrescenta o CEO, rematando com o compromisso da empresa com o país: “o nosso coração bate em Portugal”.
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