Turismo? “Este ano estamos a jogar para o empate”, admite Secretária de Estado

Secretária de Estado do Turismo defende que startups podem ajudar o setor turístico a inovar durante e no pós-pandemia, mas assinala dificuldades no financiamento em tempos de coronavírus.

Rita Marques diz que, este ano, o setor do turismo está “a jogar para o empate”. Num encontro com players e startups do ecossistema nacional, ligados ao turismo, a secretária de Estado respondeu a perguntas e admitiu que o futuro é, também neste setor, uma incógnita. Pelo menos este ano.

Para a secretária de Estado do Turismo, e ex-diretora da gestora de capital de risco pública Portugal Ventures, ter uma startup significa “ter de pensar global”. “Este ano é difícil. O turismo é um setor que lida com pessoas e, claro que se tenta ser criativo, mas o físico importa sempre“.

Por isso, se os desafios passam também pelo investimento, a pandemia traz também uma vertente otimista. “As coisas vão passar, de certeza. Este ano temos de sobreviver. No próximo ano vamos estar, de certeza, alive & kicking“, afirma, dizendo ainda: “Este ano estamos a jogar para o empate”.

A secretária de Estado do Turismo falava à margem do encontro organizado pela Startup Lisboa, entre a Secretaria de Estado do Turismo e projetos de inovação do setor, esta segunda-feira no Ministério da Economia.

Para Rita Marques, a pandemia “serviu” para “duas coisas”, considerando os grandes players do mercado: “para refrescar as paredes — houve muitos hotéis que aproveitaram para tentar encontrar a melhor forma de refrescar, para pequenas obras — e, por outro lado, para ir buscar inovação“.

“Todos os players perceberam que este era um tempo excelente para inovar com diferentes motivos, fosse prestar melhor serviço ou reduzir custos. A inovação não é só por ser inovação, há aqui um drive. Há vários exemplos de pequenas medidas que foram implementadas, quer para a redução de custos como para a inovação. Este é um tempo de inovação”, assinala.

Financiamento é dos maiores desafios

Anualmente, o Governo investe, em média, 1,2 milhões de euros através do projeto FIT – Fostering Innovation in Tourism, que tenta identificar parceiros com quem possa trabalhar em conjunto, em programas de ideação e/ou aceleração, em áreas como a mobilidade, dados ou sustentabilidade, ou de caráter transversal.

“Temos investido com o objetivo de procurarmos, nesta comunidade empreendedora, soluções que nos possam ser úteis para o turismo e que nos ajudem a sermos o melhor destino turístico do mundo e, ao mesmo tempo, sermos um parceiro ativo na construção do turismo do futuro”, assinala a responsável.

Um dos maiores desafios passa, no entanto, por conseguir atrair financiamento num setor muito mitigado pelos efeitos da pandemia. “Os tempos são muito difíceis: se isto já é difícil para uma empresa altamente capitalizada — felizmente temos muitas na área do turismo –, é muito difícil para uma startup que, tipicamente, não tem resultados positivos e que tem um investidor que exige resultados”, assinala.

Passeio de estreia

A história de Lisboa contada em 26 mini-filmes, enquanto se passeia pela cidade. Esta segunda-feira foi também dia de estreia para o novo operador de sightseeing em Lisboa, a Smart Sightseeing. O projeto liderado por Paulo Pereira — fundador e ex-CEO da Lifecooler — está incubado na Startup Lisboa e junta um espetáculo multimédia com um passeio turístico num mini-bus que é, ao mesmo tempo, um miradouro e uma sala de cinema sobre rodas.

A startup faz parte do programa de inovação Tourism Solutions Now, desenvolvido pelo NEST – Tourism Innovation Center e dinamizado pela Startup Lisboa. A iniciativa reúne, desde 22 de julho, mais de 50 pessoas a trabalhar em 18 projetos para a inovação no turismo de Portugal. Quase metade dos participantes — 45% — são estrangeiros.

Desenvolvido pela Startup Lisboa, o Tourism Solutions Now! é uma iniciativa do NEST – Centro de Inovação do Turismo que surge no âmbito do Tourism Now!, um programa criado em abril deste ano, que oferece espaço de trabalho colaborativo e webinars, e visa promover o empreendedorismo, criando pontes entre os diversos players, com o objetivo de preparar o futuro do turismo.

“Esta manhã tem como principal objetivo mostrar o que estamos a fazer pelo futuro do turismo em Portugal. Sendo, para nós – Startup Lisboa – um setor tão crítico, não só pela sua preponderância na economia como pelo seu potencial de inovação, era importante dar palco às pessoas e projetos que estão a criar soluções que vão mudar a forma como a indústria se vai comportar”, explica Miguel Fontes, diretor executivo da Startup Lisboa, citado em comunicado.

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