Rui Rio admite pedir comissão de inquérito ao Novo Banco: “Parece que pode ser pior do que se imagina”

Presidente do PSD voltou a pedir a intervenção do Ministério Público nas vendas de imóveis do Novo Banco. Depois de nova polémica, Rio atira: "Parece pior do que se imagina".

Depois de nova polémica relacionada com o Novo Banco, Rui Rio voltou a pedir a intervenção do Ministério Público e considerou que o que se passa no banco “parece que pode ser pior do que se imagina”.

“Tenho vindo a questionar insistentemente os negócios deste Banco Bom, e sempre disse que o Governo nunca devia ter pago sem aferir a seriedade das faturas. Parece que isto pode ser ainda pior do que se imagina“, escreveu o presidente do PSD no Twitter, reagindo a uma notícia do Público. A seguir rematou: “Tem a palavra o Ministério Público”.

Minutos mais tarde, em novo post no Twitter, Rui Rio partilhou a sua intervenção na passada sexta-feira no debate sobre o Estado da Nação e na qual pediu para o Ministério Público intervir, com acusações ao Governo de entregar “recorrentemente milhões de euros dos nossos impostos” ao Novo Banco “sem cuidar de analisar ao pormenor a justeza desses pagamentos e a razoabilidade das perdas invocadas”.

Rui Rio reagia a nova notícia sobre uma operação de venda de imóveis que gerou prejuízo de 159 milhões de euros ao Novo Banco e que foram cobertos pelo Fundo de Resolução. De acordo com o jornal, o banco foi o vendedor, mas também foi financiador de um fundo de investidores anónimos nas ilhas Caimão, diz o Público (acesso condicionado).

O banco rejeitou que a operação em causa tivesse tido impacto direto no Fundo de Resolução.

Comissão de inquérito ao Novo Banco? “É bem provável”, admite Rio

Em declarações às televisões ao início desta tarde, o líder do PSD admitiu que “é bem provável” que o PSD venha a propor uma comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, mostrando-se “convencido” de que este inquérito decorrerá em paralelo a uma investigação judicial. E voltou a apelar à PGR: “Espero que o Ministério Público agarre neste dossiê”, afirmou, assumindo que suspeita que as informações divulgadas pelo Público estejam próximas da verdade.

“Isto é gozar com os portugueses”, classificou, criticando o Novo Banco por fazer “tudo para perder, dar mais-valias a alguém e colocar o contribuinte português a pagar“. Rio considera que vender 5.500 imóveis num só lote “restringe a procura” e, por isso, o ideal é “em lotes pequenos para vender mais caro” e reduzir as perdas.

Mas não é só o banco que é alvo das críticas do líder da oposição. O Governo, “que andou mal” neste tema, não escapa: para Rio o Executivo “fez um negócio de venda que não era bem aquilo que devia ter sido” e “não podia entregar os milhões dos nossos impostos ao Novo Banco sem aferir se eram devidos ou se eram fruto de negócios criminosos”. “Tudo isto é grave”, concluiu, assinalando que, como o Governo não verificou se as “perdas eram reais”, agora terá de ir a “correr atrás do prejuízo”.

(Notícia atualizada às 16h05 com mais declarações de Rui Rio)

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