Bruxelas paga 63 milhões para assegurar tratamentos com Remdesivir na UE
Bruxelas assinou um contrato de 63 milhões de euros com a Gilead para assegurar tratamentos com Remdesivir na União Europeia. Primeiros lotes serão distribuídos a partir do início de agosto.
A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira que assinou um contrato de 63 milhões de euros com a farmacêutica Gilead para assegurar tratamentos com Remdesivir na União Europeia (UE), após este medicamento antiviral ter sido autorizado para combater a Covid-19.
De acordo com a informação divulgada esta quarta-feira pelo executivo comunitário, este contrato assinado com a Gilead, após conversações com a empresa nas últimas semanas, visa “garantir doses de tratamento de Veklury, a marca comercial da Remdesivir”, depois de este ser sido o “primeiro medicamento autorizado a nível da UE para o tratamento da Covid-19”.
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Assim, “a partir do início de agosto, e a fim de satisfazer necessidades imediatas, serão disponibilizados aos Estados-membros e ao Reino Unido lotes de Veklury, com a coordenação e o apoio da Comissão”, acrescenta a Comissão Europeia.
Orçada em 63 milhões de euros financiados pelo Instrumento de Apoio de Emergência da Comissão Europeia, a medida visa garantir o tratamento de cerca de 30 mil pacientes que apresentam sintomas graves de Covid-19, segundo as estimativas da instituição.
“Isto ajudará a cobrir as necessidades atuais ao longo dos próximos meses, assegurando simultaneamente uma distribuição justa a nível da UE, com base numa chave de repartição, tendo em conta as recomendações do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças”, explica a Comissão Europeia.
O executivo comunitário vai agora a preparar uma aquisição conjunta para novos stocks do medicamento para, assim, cobrir necessidades e fornecimentos adicionais a partir de outubro.
SNS já tratou 133 doentes com Remdesivir
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) já tratou 133 doentes com covid-19 com o fármaco Remdesivir desde o início da pandemia do novo coronavírus, anunciou também esta quarta-feira a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
Na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia no país, o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, lembrou que o fármaco – objeto de uma autorização condicional da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla inglesa) para o tratamento da covid-19 em adultos e adolescentes com mais de 12 anos com pneumonia e que precisem de oxigénio – está a ser distribuído num programa de “acesso especial”.
“Temos conseguido assegurar a disponibilização do medicamento aos doentes para os quais ele tem sido prescrito. Neste momento, foram já tratados com remdesivir 133 doentes à data de hoje no SNS. Neste âmbito, foi anunciado hoje pela Comissão Europeia que vão ser disponibilizadas quantidades adicionais do medicamento”, afirmou.
A revelação do presidente do Infarmed surgiu na sequência do anúncio de hoje da Comissão Europeia. Segundo Rui Santos Ivo, a distribuição pelos diferentes Estados-membros terá em conta critérios epidemiológicos.
“Trata-se de uma quantidade para satisfazer as necessidades neste período de transição entre o problema de acesso precoce e a disponibilização normal do medicamento. Vai ser feita pela Comissão Europeia, em conjugação com o Centro Europeu para o Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), uma alocação, tendo em conta a situação epidemiológica dos países”, frisou, assegurando que o SNS tem neste momento “quantidades disponíveis” de remdesivir.
Ainda sobre medicamentos, a secretária da Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, revelou uma subida da despesa do SNS em medicamentos em ambulatório entre janeiro e junho deste ano para os 683 milhões de euros, mais 5,4% face ao período homólogo de 2019. Já a despesa do SNS em medicamentos em meio hospitalar ascendeu a 671 milhões nos primeiros seis meses do ano, ou seja, um crescimento de 1%.
“O contexto de pandemia não reduziu o acesso dos portugueses aos medicamentos pelo SNS. De janeiro a julho de 2020 foram também já aprovados 36 novos medicamentos para utilização pelos utentes, com particular incidência nas áreas de oncologia, anti-infecciosos, cardiovasculares e neurologia, possibilitando mais opções terapêuticas”, referiu.
Paralelamente, Jamila Madeira realçou que a reserva estratégica de medicamentos e dispositivos – que inclui medicamentos para as necessidades para a pandemia de SARS-CoV-2, bem como medicamentos experimentais em uso nos hospitais – “será reforçada de forma descentralizada junto dos hospitais e de forma centralizada pelo Infarmed e pelo Laboratório Militar”, conforme estava já contemplado no orçamento suplementar.
Portugal regista esta quarta-feira mais três mortes e 203 novos casos de infeção por covid-19 em relação a terça-feira, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS). De acordo com o boletim, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 50.613 casos de infeção confirmados e 1.725 mortes.
(Notícia atualizada às 17h24 com mais informação)
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