Turismo melhorou em junho. Setor não pretende baixar preços
O setor turístico começou a dar os primeiros sinais de recuperação em junho, principalmente devido à procura dos portugueses. Só um terço dos estabelecimentos admite diminuir preços.
Junho foi o mês de arranque da recuperação do setor turístico. Os alojamentos turísticos nacionais receberam cerca de 500 mil hóspedes num total de 1,1 milhões de dormidas, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes números — que ainda representam quebras homólogas superiores a 80% — já mostram uma recuperação, principalmente devido aos hóspedes nacionais. Contudo, a maior parte do setor não planeia reduzir preços.
Os hóspedes residentes foram responsáveis por 869 mil dormidas (81,2% do total), enquanto os estrangeiros registaram apenas 201 mil. Estes números continuam a ser bastante baixos quando comparados com os do ano passado, mas já mostram uma melhoria face ao mês de maio. O Algarve e o Norte do país foram as regiões que mais dormidas captaram em junho, num total de 335,6 mil e 222,3 mil, respetivamente.
No que diz respeito a nacionalidades, as maiores quebras no número de turistas estrangeiros vieram dos suíços (-98,7%), dos chineses (-98,4%) e dos britânicos e norte-americanos, com descidas de 98,2%. “Em junho, 45,2% dos estabelecimentos de alojamento turístico terão estado encerrados ou não registaram movimento de hóspedes”, refere o INE.
62% dos alojamentos tiveram reservas canceladas. Baixar preços não é opção
De acordo com o inquérito específico sobre o impacto da pandemia do INE, 62% dos estabelecimentos de alojamento turístico tiveram cancelamento de reservas que estavam agendadas entre junho e outubro.
Numa análise mais detalhada, 91,9% destes estabelecimentos reportaram cancelamentos para junho, 88,8% para julho, 78,4% para agosto e 70% para setembro. Os Açores foram a região com maior peso de estabelecimentos com cancelamentos de reservas, à frente do Algarve e da Região Autónoma da Madeira.
A maioria das reservas canceladas vieram de hóspedes nacionais, com o mercado espanhol a aparecer imediatamente atrás, seguido do britânico, francês e alemão.
Apesar destas perdas, a maioria dos estabelecimentos (57%) não prevê alterar os preços praticados face ao ano anterior, conclui o INE. Contudo, ainda há cerca de um terço a admitir diminuir os preços — a maioria na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve —, enquanto apenas 8,1% pondera aumentar os preços durante junho a outubro.
“Na hotelaria, em 45,4% dos estabelecimentos os preços deverão manter-se, enquanto em 44,4% se deverá aplicar uma diminuição”, refere o INE. Nos estabelecimentos de alojamento local e no turismo no espaço rural e de habitação a maioria dos estabelecimentos não prevê alterações de preços.
(Notícia atualizada às 11h48 com mais informação)
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