FT: Aumento de capital não dá muito conforto aos acionistas do BCP, mas sempre dá algum
Para o Financial Times, o aumento de capital pode não dar muito conforto aos acionistas do BCP, mas sempre dá algum conforto. E, por isso, comparações com a banca italiana são "inapropriadas".
“Baixos lucros, elevado nível de malparado e uma esclerótica economia doméstica”. Para o Financial Times, o BCP tem muitos problemas mas as comparações com a banca italiana não são justas nem apropriadas.
“A grande diferença em relação aos bancos italianos é que o BCP deve ser capaz de levantar capital sem ajuda do Estado. Isso não representa um grande conforto para os acionistas, mas representa, de qualquer modo, algum conforto”, lê-se na coluna Lex Column (acesso pago) desta terça-feira num artigo com o título “Cold Comfort”.
Diz o FT que, apesar do desconto “profundo” do aumento de capital, a operação vai permitir ao banco resolver dois problemas: “O primeiro é a ajuda estatal de 700 milhões de euros. Assim que for reembolsar, o BCP pode voltar a pagar dividendos. A segunda é o rácio de capital do banco, que deverá subir dos preocupantes 9,5% para um nível respeitável de 11,4%”.
"O profundo desconto na emissão deverão resolver dois problemas. O primeiro é a ajuda estatal de 700 milhões de euros. Assim que for reembolsar, o BCP pode voltar a pagar dividendos. A segunda é o rácio de capital do banco, que deverá subir dos preocupantes 9,5% para um nível respeitável de 11,4%.”
“O BCP espera que isto vá revigorar as ações“, acrescenta o jornal britânico, frisando que o interesse da Fosun também vai ajudar o título a recuperar de parte das quedas de 70% que o banco registou em 2016. “Um investidor âncora deverá estabilizar o segundo maior banco português, embora os acionistas possam esperar mais provisões a consumir dividendos futuros”, refere.
Na sessão desta terça-feira, as ações voltaram a afundar 11% para um novo mínimo histórico, depois de o banco ter anunciado um desconto de 38,7% no aumento de capital de 1.300 milhões de euros.
Para o FT, esta recapitalização vai permitir ao BCP “baixar os seus custos de financiamento” para sair do “fundo”. E contextualiza: “O negócio de retalho core está a melhorar aos poucos. Os rendimentos com os juros estão a subir. Os custos, a 52 cêntimos por euro de receita, caíram face aos 85 cêntimos em 2013″.
Ainda assim, o principal problema do BCP é um bem familiar aos bancos italianos: o crédito malparado que, apesar da queda, “não deverá cair de forma tão rápida face ao abrandamento da economia”. Mas comparações com a banca italiana são “inapropriadas”.
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