Pandemia provoca quebra de 30,6% nas exportações no segundo trimestre
O efeito da pandemia também se sentiu nas importações, que caíram 34,4% no segundo trimestre deste ano.
Com a pandemia, as exportações afundaram 30,6% no segundo trimestre do ano, face ao período homólogo, segundo os dados do comércio internacional divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE). O efeito também se sentiu nas importações, que caíram 34,4%.
Estes resultados contribuíram para que, na primeira metade do ano, a quebra nas exportações fosse de 17,1%, enquanto nas importações o decréscimo foi de 19,7%. Em ambas as rubricas se inverteu a tendência de crescimento que se tinha verificado no segundo semestre no ano passado.
Este desempenho pesou no PIB nacional, que, no segundo trimestre de 2020, contraiu 16,5%, em termos homólogos, a maior queda de sempre, segundo a estimativa rápida do INE, cuja divulgação foi antecipada. Depois destes valores serem conhecidos, o ministro da Economia admitiu que o Governo terá de refletir sobre as previsões que constam do Orçamento Suplementar, abrindo a porta à revisão desses valores. Neste momento, o Executivo prevê uma recessão de 6,9% e um défice de 7%.
As previsões da Comissão Europeia para a economia portuguesa são bastante mais pessimistas que as do Governo. Bruxelas reviu em baixa as projeções para Portugal no início do mês passado, estimando uma contração de 9,8% do PIB em 2020.
Queda no comércio internacional reduz-se em junho
Olhando apenas para junho, a queda nas exportações foi de 10,1%, em relação ao período homólogo, enquanto as importações recuaram 23,1%. Foram quebras menos acentuada do que em maio (quando rondaram os 40%), refletindo a retoma da atividade. Desta forma, “o défice da balança comercial de bens diminuiu 1.049 milhões de euros face ao mês homólogo de 2019, atingindo 828 milhões de euros em junho de 2020”, nota o INE.
No sexto mês do ano, tanto o comércio dentro como fora da União Europeia diminuiu, face ao ano passado. Verificaram-se quedas na maioria das categorias de produtos, “destacando-se nas exportações os fornecimentos industriais (-13,0%) e nas importações o material de transporte e os combustíveis e lubrificantes (-49,4% e -65,5%, respetivamente)”, sublinha o INE.
Em junho, as trocas com quase todos os parceiros comerciais diminuíram, particularmente com a vizinha Espanha, numa quebra homóloga de 7,3%, para onde se exportaram menos fornecimentos industriais, bens de consumo e combustíveis e lubrificantes. Por outro lado, nas compras, destaca-se a queda nas compras a França, nomeadamente de aviões.
Apenas foge à tendência o aumento das compras à China (20,5%), “pelo acréscimo nos bens de consumo, essencialmente material de proteção individual – maioritariamente máscaras e pelo acréscimo nas máquinas e outros bens de capital”, segundo explica o INE, bem como a subida nas importações provenientes dos Países Baixos.
(Notícia atualizada pela última vez às 12h15)
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