Endividamento da economia atinge os 360,2% do PIB em junho
Após as subidas significativas do endividamento da economia em abril e maio, o valor desceu em junho cerca de 5,2 mil milhões para os 735,4 mil milhões de euros. Contudo, o rácio disparou.
Após dois meses de mais dívida, o endividamento da economia portuguesa (empresas, famílias e Estado) desceu cerca de 5,2 mil milhões de euros em junho, fixando-se nos 735,4 mil milhões de euros, abaixo do recorde fixado em maio acima dos 740 mil milhões de euros, segundo os dados do Banco de Portugal divulgados esta quinta-feira.
No entanto, o endividamento em percentagem do PIB disparou ao aumentar quase 20 pontos percentuais num só trimestre, passando dos 340,8% no primeiro trimestre para os 360,2% do PIB no segundo trimestre. A contribuir para este aumento está não só o maior nível de endividamento em junho face a março (723 mil milhões de euros), mas principalmente a quebra histórica de 16,3% do PIB no segundo trimestre.
Ou seja, apesar de o endividamento do setor não financeiro ter caído em junho, face ao mês anterior, tal foi ofuscado pela queda recorde do PIB. O rácio do endividamento nos 360,2% do PIB é o valor mais elevado desde o segundo trimestre de 2018 (361,06% do PIB).
Rácio do endividamento dispara quase 20 pontos
O máximo deste indicador foi atingido no segundo trimestre de 2013 (426,6% do PIB), tendo vindo a cair desde então com a recuperação da economia e a redução do endividamento dos agentes económicos. Essa trajetória foi agora interrompida com a crise pandémica que obrigou a mais endividamento, nomeadamente através das linhas de crédito com garantia estatal, e a uma queda abrupta da atividade económica e, portanto, do PIB.
Em junho, face a maio, o endividamento público foi o que mais caiu devido a um reembolso de 8 mil milhões de euros em dívida, o que ditou uma queda de cerca de 6 mil milhões de euros no endividamento público, de acordo com os dados do banco central. Nas empresas privadas e nos particulares, a dívida continuou a aumentar, mas mais ligeiramente.
Endividamento baixou ligeiramente após recorde
“No final do primeiro semestre de 2020, o endividamento do setor não financeiro situou-se em 735,4 mil milhões de euros, dos quais 327,5 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 407,9 mil milhões de euros ao setor privado”, refere o Banco de Portugal em comunicado, acrescentando que “relativamente ao final de 2019, o endividamento do setor não financeiro aumentou 16,7 mil milhões de euros”.
“Este aumento deveu-se aos acréscimos de 10,1 mil milhões de euros do endividamento do setor público e de 6,6 mil milhões de euros do endividamento do setor privado”, explica ainda, assinalando que a maior parte do endividamento do setor público foi financiado pelo setor financeiro.
A taxa de variação anual do endividamento das empresas privadas estava nos 3,9% em junho, mais 2,9 pontos percentuais do que no final de 2019. Já a taxa relativa aos particulares baixou 0,3 pontos percentuais para os 0,5%.
(Notícia atualizada às 11h07 com mais informação)
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