Administrações da Sonae Capital e Indústria dão ok a preço das OPA
Ambos Conselhos de Administração pronunciaram-se esta quinta-feira sobre a oferta pública de aquisição lançada pela holding da família Azevedo. O prémio oferecido em pandemia é a razão para o aval.
Tanto o Conselho de Administração da Sonae Capital como da Sonae Indústria veem dão o aval ao preço oferecido na oferta pública de aquisição (OPA) dupla lançada pela holding da família Azevedo, a Efanor. Os dois pareceres foram comunicados esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“No que diz respeito ao valor da contrapartida, o Conselho de Administração considera-o justificável e passível de ser aceite pelos senhores acionistas, nomeadamente, tendo em consideração o forte impacto que a pandemia Covid-19 está a ter no mercado de capitais e, consequentemente, nas valorizações dos negócios e ativos imobiliários em posse da Sonae Capital”, diz a gestão da empresa.
A 31 de julho que a holding Efanor Investimentos fez o anúncio preliminar de duas ofertas públicas gerais e voluntárias: uma sobre a Sonae Capital e outra sobre a Sonae Indústria. No caso da Sonae Capital, o grupo oferece uma contrapartida a pagar em numerário de 70 cêntimos por ação, o que representa um prémio de cerca de 46,8% face ao preço das ações antes do anúncio. O objeto da OPA são os cerca de 37,2% de capital da Sonae Capital que a Efanor e empresas associadas ainda não controlam.
“Face à informação disponibilizada ao Conselho de Administração da Sonae Capital, conclui-se que é objetivo da Oferente manter o plano estratégico existente, não se antevendo quaisquer impactos na esfera dos trabalhadores, posição financeira ou demais stakeholders“, aponta. Os administradores acrescentam que, mesmo que a oferta não tenha sucesso (o que resultaria na saída de bolsa), “poderá em qualquer caso haver um reforço da posição” da Efanor.
"Face à informação disponibilizada ao Conselho de Administração da Sonae Capital, conclui-se que é objetivo da Oferente manter o plano estratégico existente, não se antevendo quaisquer impactos na esfera dos trabalhadores, posição financeira ou demais stakeholders.”
Já no caso da Sonae Indústria, o objeto da OPA são os 31,4% de capital que a Efanor e empresas associadas ainda não controlam. Para isso, o grupo oferece uma contrapartida a pagar em numerário de 1,14 euros por ação, o que representa um prémio de cerca de 77%. Também neste caso o parecer é positivo.
“O entendimento do Conselho de Administração é de que, face à informação existente sobre a Sociedade e a atual situação financeira e perspetivas de mercado da Sonae Indústria, a contrapartida da Oferta e as suas condições afiguram‐se justas e adequadas“, diz a gestão da empresa, num comunicado distinto.
O prémio e o facto de não ser devido prémio de controlo porque o grupo já detém o controlo acionista da Sonae Indústria são duas das razões que sustentam as conclusões da administração. Em simultâneo, refere ainda que “os planos estratégicos da Oferente para a Sonae Indústria aparentam estar alinhados com os objetivos estratégicos“, não se prevendo “alterações materiais da situação atual dos trabalhadores, clientes e fornecedores”.
"Tendo em consideração as desafiantes condições económicas a médio prazo, que foram significativamente agravadas pela crise causada pela pandemia da Covid‐19, uma Oferta bem‐sucedida é uma forma de obter a estabilidade financeira necessária para a Sonae Indústria, permitindo‐lhe retomar os seus objetivos estratégicos de médio e longo prazo.”
“Atendendo aos constrangimentos relativos à estrutura de capital, liquidez e requisitos de refinanciamento da Sonae Indústria, e tendo em consideração as desafiantes condições económicas a médio prazo, que foram significativamente agravadas pela crise causada pela pandemia da Covid‐19, uma Oferta bem‐sucedida é uma forma de obter a estabilidade financeira necessária para a Sonae Indústria, permitindo‐lhe retomar os seus objetivos estratégicos de médio e longo prazo“, acrescenta.
Tendo sucesso, a holding Efanor vai gastar 65 milhões de euros para ficar com a Sonae Capital e mais 16,2 milhões pela Sonae Capital. Contas feitas, as duas operações poderão representar um investimento global superior a 82 milhões de euros. Ambas têm, no entanto, uma cláusula de sucesso fixada em “mais de 90%” do capital das empresas e, caso se concretizem, tanto a Sonae Indústria como a Sonae Capital deixarão de estar cotadas na bolsa de Lisboa.
(Notícia atualizada às 22h40)
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