Cofina passa de lucros a prejuízo de 1,3 milhões no semestre
A Cofina perdeu 1,3 milhões de euros no primeiro semestre, uma deterioração que a empresa justifica com "custos não recorrentes da operação de aquisição da Media Capital".
A Cofina passou de lucros a um prejuízo de quase 1,3 milhões de euros no primeiro semestre, uma deterioração que a empresa justifica com “custos não recorrentes” de 1,6 milhões de euros relacionados com a “operação de aquisição da Media Capital”, mas também com “quedas significativas” em todas as rubricas de receita da dona do Correio da Manhã. Na primeira metade de 2019, tinha lucrado mais de 3 milhões de euros.
Entre janeiro e junho, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) cedeu 45,5%, para 4,2 milhões de euros, com uma margem de EBITDA de 12,4%, um recuo de 5,7 pontos percentuais. As receitas com a operação recuaram 20,3%, para 34 milhões de euros, em resultado da “forte contração dos investimentos publicitários”, entre outros fatores.
Concretamente, as receitas de circulação recuaram 20,7%, para 16,6 milhões de euros, enquanto as receitas com publicidade perderam 28,8%, para 9,2 milhões. As receitas com produtos de “marketing alternativo e outros” caíram 7,1%, para 8,27 milhões. Por segmentos de negócio, a imprensa rendeu 27 milhões à Cofina (-23,9%), enquanto a televisão (CMTV) rendeu 7 milhões (-2,3%).
No campo das despesas, os custos operacionais recorrentes recuaram 14,7%, para 29,8 milhões de euros, na sequência da implementação de “medidas de redução de custos”.
Cofina não faz provisão para os 10 milhões
A administração encabeçada por Paulo Fernandes está convicta de que a Justiça lhe dará razão no processo que a opõe à Prisa na sequência da compra falhada da Media Capital. A empresa espanhola quer ficar com os 10 milhões de euros depositados pela Cofina numa conta conjunta (escrow account) no BPI, o que a Cofina rejeita. Por isso, não fez qualquer provisão para essa possível perda.
“A Cofina entende que os pedidos da Prisa carecem de qualquer fundamento e apresentou a sua resposta no âmbito do referido processo arbitral. É, por isso, entendimento do Conselho de Administração do grupo Cofina, com base na informação disponível, atual e de conhecimento à data, suportado nos seus assessores legais, que o montante será devolvido ao grupo, motivo pelo qual não procedeu ao registo de qualquer provisão”, lê-se no comunicado dos resultados, divulgado esta quinta-feira via CMVM.
Na eventualidade de uma decisão contrária à esperada pela companhia, tal poderá pressionar significativamente as contas da empresa. Para já, contudo, a empresa refere que a dívida líquida nominal de 44,1 milhões da Cofina a 30 de junho inclui “o caucionamento” desses 10 milhões de euros no contexto da referida operação. O valor da dívida é uma redução de um milhão de euros face ao final de dezembro de 2019.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h57)
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