Ouro a valorizar nos cofres cria desafios para as seguradoras
Preços do metal precioso nunca antes vistos estão a levar o ouro em barra dentro dos cofres para níveis acima das coberturas dos seguros. Negócios mais pequenos são os mais afetados.
A pandemia fez disparar a procura (e consequentemente o valor) do ouro, que ultrapassou pela primeira vez na história os 2.000 dólares por onça. Tanto investidores como empresas de armazenamento do metal precioso estão a ganhar com a tendência, mas os preços em recordes não agradam a todos. Para as seguradoras, as barras de ouro são cada vez difíceis de cobrir.
Remonta ao século XIX o Grande Roubo de Ouro que ficou para a história, mas — mesmo não sendo comum que haja grandes assaltos a larga escala — o ouro é há séculos um ativo apetecível de ladrões por todo o mundo. Ainda em junho, foi desmantelado na Índia um plano para sacar oito quilos de ouro em barra durante um momento em que estas estavam a ser transportadas. No ano passado, bastaram três minutos para 30 milhões de euros em ouro serem indevidamente levados do aerporto de São Paulo, no Brasil.
Com o ouro a ser cada vez mais apetecível, as dificuldades das seguradoras aumentam, segundo a Bloomberg (acesso condicionado). A questão prende-se com limite à exposição financeira face à matéria-prima, ou seja ao valor que está coberto pelo seguro dentro de cada cofre. Com o preço a subir — valorizou quase 40% este ano e vale atualmente 1.950 dólares por onça — o número de onças abrangidas diminui.
Esta não é uma preocupação para bancos que têm grandes quantidades, que não seriam seguradas na totalidade de qualquer forma, mas sim para negócios mais pequenos. “O fator de limitação deste negócio não é o espaço. É o seguro“, conta à Bloomberg Ludwig Karl, responsável do Swiss Gold Safe. “Pode-se pôr todo o ouro do mundo num grande local de armazenamento. Mas, neste momento, nunca seria possível encontrar seguro para isso.”
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